Empresários investem em estabelecimentos longe de bolsões centrais de lançamentos

DE SÃO PAULO

Ir na contramão de quem vê oportunidades junto aos mais movimentados bolsões de lançamentos imobiliários pode ser um bom caminho para construir um negócio promissor. Isso porque condomínios isolados propiciam exclusividade às empresas.
"Principalmente àquelas que atendem a necessidades urgentes e pontuais dos moradores", evidencia o economista-chefe da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo.
É o caso da Granjabeef, casa de carnes em Cotia, na Grande São Paulo. "O público é fiel", destaca o proprietário, Fernando Brazil, 51.
Voltada à classe A, a empresa, que vende carnes de marcas famosas embaladas a vácuo, foi adquirida há pouco mais de um ano por R$ 120 mil. Nesse período, assinala Brazil, a receita mensal cresceu 40%, para os atuais R$ 25 mil.
A empresária Carmelita Santana também se afastou do centro e apostou na proximidade de seu ponto comercial com os condomínios da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, para instalar uma franquia da MegaMatte. "Minha ideia era ter um negócio aonde as pessoas pudessem ir a pé ou de bicicleta", conta.
Santana aproveitou a experiência como moradora do local para escolher o ponto. "Às vezes, queria comer algo gostoso e não tinha opções."
Em um ano, diz, obteve o retorno do investimento, que foi reaplicado em outra loja menor, nas proximidades. Juntas, faturam R$ 60 mil.
Ter o cliente por perto não basta. É preciso inovar para mantê-los fiéis.
Ex-funcionário da pizzaria Azzurra, no condomínio Villa Flora, em Campinas, Admir de Araujo, 46, comprou o ponto por R$ 50 mil e, para aumentar a clientela, teve de variar: inscreveu-se em concursos de pizza e ampliou as opções no menu, inserindo esfihas e batatas recheadas.
Ouvir os condôminos também é essencial, diz Araujo. "Passo de mesa em mesa para saber a opinião deles."


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