São Paulo, domingo, 30 de agosto de 2009 |
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EMPRESÁRIO SEGURO Durante crise, pequena confia mais do que grande
Consumo do mercado interno e estoque menor foram favoráveis
ANDRÉ LOBATO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Foi por um momento, mas era uma ocasião importante. De outubro de 2008 a janeiro de 2009 -durante a crise-, pela primeira vez em ao menos dez anos, as pequenas indústrias foram mais confiantes do que as grandes e as médias. É o que aponta levantamento feito pela Folha com informações do Icei (Índice de Confiança do Empresário Industrial), que é tabulado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) desde 1999. Para medir o índice de confiança, a CNI leva em consideração avaliações feitas pelos empresários para o trimestre anterior e para a previsão que eles têm do seguinte. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. No período em questão, os indicadores econômicos pioravam, e informações pessimistas circulavam. Nesse meio-tempo, o índice de confiança das grandes indústrias caiu de 51,5 para 47,3, o mais baixo desde que o indicador começou a ser medido. Os números de pequenos também caíram -passaram de 53,6, em outubro, para 49,5, em janeiro-, mas se mantiveram acima dos de outros portes. Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa da CNI, as pequenas empresas aproveitaram os sinais do mercado interno, que apresentava indícios positivos para o consumo das famílias, com a manutenção da massa salarial e dos programas sociais. As indústrias de pequeno porte também tiveram a vantagem de estarem menos estocadas que as grandes, avalia. "Contracíclicas" As pequenas empresas reagiram de maneira "contracíclica" durante a crise, acrescenta Ricardo Amorim, economista que criou um índice de confiança para o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). "As grandes se defendem muito rápido [da perda dos lucros], mas não defendem emprego, não defendem renda; as pequenas, sim", analisa. Outro ponto relevante para a menor queda de confiança das pequenas é o fator crédito. Para Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, os pequenos estão acostumados à escassez das linhas de crédito, geralmente mais fartas para os grandes. "Seguimos otimistas", afirma Couri sobre a continuidade do crescimento da confiança das pequenas, apesar de seus índices terem voltado a ficar atrás dos das grandes e das médias. "As políticas de expansão de crédito e redução de tributos e os incentivos dados nos últimos anos pelos governos estaduais e federal foram determinantes", resume Dariane Castanheira, professora do Proced (Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento) da FIA (Fundação Instituto de Administração). Próximo Texto: "Quem tem medo vai para o fundo" Índice |
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