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EM FOCO - DIREITO
Empresas como a Tonoforum e a Law
Soft crescem ao apostar em solução tecnológica para advogados
Área jurídica é bom filão para inovadores
JÚLIA ZILLIG
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Desenvolver serviços com soluções inovadoras para um público
tradicionalmente conservador e
resistente a avanços tecnológicos
-o de advogados e profissionais
de departamentos jurídicos de
empresas. Esse foi o desafio a que
se propuseram duas empresas da
área de consultoria e tecnologia, a
Tonoforum.com.br e a Law Soft.
Criada há apenas oito meses por
Guilherme Miranda e Fernando
Benini, administradores de empresas formados pela Fundação
Getulio Vargas, a Tonoforum surgiu de uma constatação dos empreendedores, que também são
graduandos em direito: a de que
os advogados perdem muito tempo em rotinas operacionais, como
na consulta a processos jurídicos
em diversos fóruns de São Paulo.
Com isso, a empresa criou um
sistema que permite ao profissional fazer suas consultas on-line.
"Temos uma equipe de dez estagiários de direito que se deslocam
ao fórum e fazem a digitalização
dos processos, conforme as solicitações de nossos clientes. Num
prazo entre duas e 24 horas, o advogado acessa o processo em nosso sistema, que funciona de forma
semelhante a um internet banking", relata Miranda.
Os empresários buscaram a ajuda de acadêmicos e de advogados
para moldar o serviço de acordo
com as necessidades do mercado.
Foi feito um investimento de
R$ 20 mil para operacionalizar o
programa de banco de dados.
Um dos diferenciais da Tonoforum é a infra-estrutura enxuta.
"Somos uma empresa pequena
que opera com baixo custo e com
um serviço oferecido a preços
vantajosos", ressalta Miranda.
Em funcionamento desde janeiro
deste ano, a Tonoforum tem registrado crescimento constante.
"Hoje temos 60 clientes, entre fixos e temporários", destaca o empreendedor. A expectativa é a de
que, até dezembro, sejam conquistados outros 20 clientes.
Gerenciamento
Uma pesquisa feita para a Law
Soft apontou que mais de 30%
dos pequenos escritórios e 33%
das demais firmas desconhecem a
existência de softwares para gerenciamento de atividades jurídicas. Aproveitando essa oportunidade, a empresa desenvolveu o
software Law Office, que integra
escritórios de advocacia e departamentos de empresas em tempo
real. "Ambos ainda estão nos
anos 80, sem qualquer software
de gerenciamento", avalia Bento
Ribeiro, diretor-geral da empresa,
fundada há dois anos e meio.
O programa permite que o advogado faça não somente o gerenciamento de processos mas também o controle de informações
sobre reembolsos, cadastros de
funcionários, emissões de fatura e
também controle de pagamentos.
A Law Soft investiu cerca de R$ 1
milhão no desenvolvimento do
software e R$ 480 mil em contratação de profissionais, ações de
marketing e estrutura de suporte
aos clientes usuários. Em um ano
e meio de vida, a empresa cresceu
76%, e a previsão para 2005 é superar 2004 em 131%.
Porém, mesmo com a expertise
de um dos sócios, que é advogado, a firma não deixou de enfrentar dificuldades. "O mercado de
advocacia é conservador. Mas,
com o aumento da concorrência,
será preciso trabalhar com mais
agilidade", acrescenta Ribeiro.
Na avaliação do consultor jurídico do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Cláudio Vallim,
trata-se de um setor promissor.
"Só em São Paulo, há 200 mil advogados, que vivem envolvidos
com a elaboração de pareceres e
mandados de segurança e que
precisam de ferramentas eficazes.
No entanto, exigem serviços confiáveis, e, por isso, o empresário
deve remar contra a maré para
driblar o conservadorismo", diz.
Contatos: Tonoforum (www.tono
forum.com.br); Law Soft (www.
lawsoft.com.br)"
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