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SETE CLÁSSICOS
Livros ensinam nas entrelinhas
Obras universais viram boa referência para empresários que querem fugir da auto-ajuda
DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aplicar a leitura de um clássico a uma situação prática não é
novidade. "A Arte da Guerra",
de Sun Tzu, por exemplo, tem
sido usado ultimamente à
exaustão, para vários fins.
Mas há aqueles que, em vez
de ler livros que "traduzam"
possíveis utilidades de clássicos, preferem os textos originais e, sozinhos, encontram as
soluções nas entrelinhas.
É o caso de Adriano Pereira
da Silva, 43, ex-sócio de uma
editora: "Sou defensor de lições
que são passadas por obras que
não foram feitas para passar lições. É mais sutil e inteligente".
Sua ligação com a literatura
vai além da leitura -está, atualmente, montando uma biblioteca para crianças carentes.
Ler clássicos da literatura,
destaca Silva, é um bom negócio para empresários. "Mas é
importante "fechar a ponte",
conseguir abstrair cenários,
perceber decisões mentais
que o autor colocou no livro."
Outros olhos
Na discussão do que é clássico ou não, há uma leitura que se
tornou ela própria referência:
"Por que Ler os Clássicos" (ed.
Companhia das Letras, 280
págs., R$ 41), de Italo Calvino.
O texto é uma reunião de ensaios do autor a respeito de
grandes livros da literatura ocidental, com boas sugestões para quem ainda não se familiarizou com os principais títulos.
Para auxiliar o leitor na árdua tarefa de começar a ler um
clássico com outros olhos, a
Folha escolheu sete livros e
apontou neles possíveis interpretações por parte do empresário.
São sugestões de leitura para
o ano de 2008 que, no mínimo,
provocarão reflexões importantes para quem está na condução do empreendimento.
Ou não, como destaca Calvino em seu livro: "Que não se
pense que os clássicos devem
ser lidos porque "servem" para
algo. A única razão que se pode
apresentar é que ler os clássicos
é melhor do que não os ler".
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