São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2008


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ESTRUTURA CARA

Lojistas enfrentam alta de aluguéis em shoppings

Rafael Hupsel/Folha Imagem
O empreendedor Márcio Massarani contou com a ajuda de um advogado e de um especialista em varejo, que lhe deram assessoria

Maior procura por pontos é indicada como razão para incremento

DIOGO BERCITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre lojistas e gerentes de expansão de franquias, os comentários vêm em uníssono: o preço para manter uma loja de shopping center tem subido desde o ano passado.
"Creditamos o aumento dos valores ao aquecimento da economia", diz o diretor de pontos comerciais do Grupo Cherto, Marcos Hirai. "É a lei da oferta e da procura. Há muitos lojistas querendo entrar e poucos dispostos a sair", pontua.
A situação fez com que o preço da luva -valor geralmente pago ao shopping para garantir o uso do espaço- crescesse até 100%, segundo Hirai. Aluguel e condomínio não seguiram essa proporção, apresentando aumento entre 10% e 20%.

Enxurrada
Parte do problema está no fato de que, apesar de toda a especulação sobre os novos shoppings que têm previsão de inauguração para breve, nem tantos estarem em funcionamento.
Situação que deverá se reverter a partir do final de 2009, quando a enxurrada de lançamentos tiver terminado. "Até lá, os preços só devem subir", afirma Hirai.
Luiz Fernando Veiga, diretor executivo da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), confirma que os preços de manutenção de espaços em shoppings subiram e também defende que essa situação deverá ser revertida.
"Quanto mais oferta de lojas houver, maior será a guerra concorrencial", observa.

Quanto se paga
Empresários ouvidos pela Folha relatam o aumento dos preços, mas têm receio de revelar os valores e perder negociações com os shoppings.
Segundo Hirai, o aluguel varia de R$ 50 a R$ 300 por metro quadrado, e o condomínio, de R$ 40 a R$ 130 por metro quadrado. Os custos podem mudar de acordo com o shopping, o espaço e o setor do negócio.
Isabel Marão, 32, dona da revistaria Cidade de Papel, do Shopping Metrô Tatuapé, afirma que seus gastos quase dobraram nos últimos dois anos.
A empresária acaba de abrir uma loja de rua, mas valoriza o espaço do shopping. "Ao menos temos um público garantido."
Para Ivan de Almeida, diretor de expansão da franquia de sorvetes Ice Mellow, "os shoppings só cobram esses valores porque há quem os pague".
Ele diz que há meses tenta entrar em um shopping específico e não consegue, porque concorre com empresários dispostos a aceitar o valor exigido.


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