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DIVERSIFICAÇÃO
Ampliar atividades pode injetar dinheiro em caixa, mas é "tentação" que pede cautela
Agregar serviço potencializa empresa
TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A tentação é grande e pode surgir em diversas fases da história
do negócio: diversificar as atividades para abocanhar uma fatia a
mais do mercado. A possibilidade
de aumentar o faturamento é geralmente o apelo mais sedutor.
Afinal, não parece má idéia aproveitar a infra-estrutura original
para oferecer um serviço novo e
injetar mais dinheiro no caixa.
Mas será que vale a pena? Nem
sempre. A resposta é unanimidade entre os especialistas, que alertam para a dubiedade da estratégia: da mesma forma que pode levar ao crescimento, pode fazer o
negócio simplesmente se diluir
até sumir, avisam eles.
Ignorar o plano original e se
afastar do foco são os riscos mais
recorrentes da diversificação. E
podem se converter em danos irreversíveis para a iniciativa
-mais ainda nas incipientes, ressaltam os consultores.
"Principalmente na etapa inicial, é fácil ser tomado por essa
vontade de "abraçar o mundo'",
observa o gerente de serviços a
empreendedores do Instituto
Empreender Endeavor, Carlos
Pessoa Filho, 26. "O maior problema é que a empresa corre o risco de construir uma imagem difusa e pouco compreendida. É
quando o cliente olha e pergunta
"O que ela faz mesmo?'", diz.
Complementação
Se há um caminho apontado como "menos arriscado" para quem
está de fato disposto a diversificar,
é o da complementação das atividades. "Quando a aposta do empreendedor recai sobre fornecer
um serviço novo, mas que esteja
dentro da sua competência principal", ilustra Pessoa Filho.
A receita, nesse caso, é procurar
não competir consigo mesmo
nem se afastar demais do foco
principal do negócio. "É preciso
se lembrar do conceito original,
aquele que fez a empresa se tornar
conhecida, e respeitá-lo", comenta o consultor Kahlil Zattar, 22, da
Realista Consultoria Empresarial.
Um termômetro que indica se a
diversificação pode levar à canibalização ou ao crescimento é
tentar prever a reação da clientela
diante da oferta imaginada. "A
ação é positiva quando o antigo
cliente consome o novo serviço
sem abandonar o antigo, e os novos clientes compram as duas coisas. Ou seja, não é configurada
uma escolha", ilustra Zattar.
Pais e filhos
Foi com uma atividade complementar que a Organização Educacional Morumbi Sul, formada pelo colégio e pela faculdade homônimos, já fisgou 120 clientes para
um serviço emplacado em julho
deste ano -uma academia de ginástica. A meta é chegar a 200.
"O plano era atrair o público interno e a comunidade local, principalmente os pais que ficavam
nas dependências do colégio
aguardando os filhos", comenta o
coordenador de marketing,
Humberto Guirelli, 28.
Já Evelyn Baruque, 54 e Liliane
Benevento, 54, donas da Studio 3,
passaram a produzir eventos na
mesma firma que dá aulas de dança. "Pode não parecer complementar, mas é. E dá certo há um
ano", diz Baruque.
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