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DINHEIRO & NEGÓCIOS

Carrinho indiano pode ser nova alternativa aos riquixás

POR VIKAS BAJAJ E SRUTHI GOTTIPATI

A batalha para dar rodas ultrabaratas às massas indianas

A Bajaj Auto, mais conhecida por fabricar motos e triciclos motorizados ("tuk-tuks"), nem chama o seu mais novo produto, o RE60, de carro. A Bajaj (nenhuma relação com o repórter) prefere chamá-lo de quadriciclo.

Os executivos dizem não ter planos para comercializá-lo aos consumidores em geral. Seu alvo são os choferes dos "tuk-tuks", que geralmente têm motores de moto e funcionam como táxis para corridas curtas.

O RE60 tem recursos geralmente ausentes nos atuais modelos de riquixás motorizados, como cintos de segurança, portas duplas e capota rígida.

Ele terá janelas, mas que deverão ser dobradas, em vez de rolarem para baixo.

A Bajaj não revela o preço do RE60. Um "tuk-tuk" custa cerca de 120 mil rupias (US$ 2.200), e um analista do setor estimou que o RE60 deverá custar 25% a mais do que isso, ou cerca de US$ 2.750.

Mas esperava-se que o RE60 fosse mais do que um "tuk-tuk" incrementado. Ele era aguardado como a resposta da Bajaj ao modelo Tata Nano.

O Nano, lançado em 2009 pela Tata Motors, foi apresentado como um carro popular que levaria mobilidade às massas da Índia. Ele custa US$ 2.600.

No país, choferes de "tuk-tuks" geralmente ganham cerca de US$ 100 por mês. Dirigem por horas nas ruas caóticas, sem nenhuma segurança ou conforto.

Para o analista Hormazd Sorabjee, o RE60 não será uma ameaça ao Nano, que, aliás, atraiu apenas uma pequena fração da clientela que a Tata esperava, por causa de atrasos na produção e de questões de segurança.

"Depois de ver o RE60, você percebe que feito fenomenal é o Nano", disse Sorabjee, editor da revista automobilística "Autocar India". O RE60 "não chega nem perto de ser um carro de tamanho completo, o que o Nano é".

Mas os executivos da Bajaj sugeriram que a intenção era essa -fazer o melhor veículo possível, em vez de produzir uma maravilha de engenharia que talvez não se adequasse à vida real.

"Na Bajaj Auto, acreditamos que as pessoas deste planeta merecem algo muito melhor e muito mais rápido", disse Rajiv Bajaj, diretor-executivo da empresa, no que pareceu ser uma indireta deliberada contra o Nano.

"Nós, portanto, decidimos focar nossos esforços em desenvolver veículos movidos por motores que usem os recursos naturais e a infraestrutura disponíveis."

Bajaj disse que o RE60, equipado com um motor de um cilindro com 200 cc, rende 35 km/l e tem velocidade máxima de 70 km/h.

Suran Singh, 40, que há 26 anos guia um "tuk-tuk", disse que as portas e a capota rígida seriam ruins nos abrasadores verões de Nova Déli.

"Este é melhor para dirigir no calor, porque é de tecido", disse ele, apontando para a coberta verde e amarela do seu "tuk-tuk". "Em Déli faz calor no verão, e vamos ficar derretendo de suor dentro de um carro."

Reportagem de Vikas Bajaj, em Mumbai, e Sruthi Gottipati, em Nova Déli

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