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Nicki Minaj

Uma Barbie technicolor e com vozeirão

Por LAURA M. HOLSON

Talvez tenha sido a colorida máscara cirúrgica que cobria o bico de Nicki Minaj, em agosto do ano passado, no prêmio VMA, da MTV. Ou talvez a túnica de pompons neons que ela exibiu em setembro no desfile de Carolina Herrera. O fato é que pouca gente em 2011 conseguiu tirar os olhos dessa Barbie tecnicolor de vozeirão e sorriso elástico.

Meio lolita, meio punk de butique, Minaj é a rapper mais comentada a se sentar na primeira fila de um desfile da Semana de Moda de Nova York desde que Marc Jacobs adotou Lil' Kim, em 2005. Ela já foi capa de revistas como "Elle", "Cosmopolitan" e "W". Cantou sucessos do seu recente álbum de estreia, "Pink Friday", em recentes desfiles da Victoria's Secret e H&M.

Um ano atrás, Minaj costurava seus próprios vestidos num porão, segundo John Demsey, presidente do grupo Estée Lauder, dono da marca MAC Cosmetics, que lançou um batom com o nome da cantora. "Agora os outros querem pôr as mãos nela."

O negócio Nicki Minaj está bombando, em parte graças a manobras dela nos bastidores. Como fez Lady Gaga, ela quer ser uma suma-sacerdotisa de estilo.

No ano passado, ela rompeu com seu empresário, P. Diddy, e começou a trabalhar com o veterano Gee Roberson e com Cortez Bryant, que também cuida da carreira de Lil Wayne, rapper que ajudou Minaj a fechar seu contrato fonográfico em 2009. Bryant afirmou que sua prioridade é negociar um acordo com uma grife para que Minaj tenha uma linha de roupas.

Minaj, 29, nascida Onika Tanya Maraj, mudou-se aos cinco anos, com os pais, de Saint James, em Trinidad e Tobago, para o Queens, em Nova York.

Ela frequentou o Colégio LaGuardia de Música, Artes e Artes Interpretativas, em Manhattan, e em 2007 começou a lançar "mixtapes" digitais, incluindo "Beam Me Up Scotty", em 2009, que foi bem recebido nos círculos do hip-hop. Em setembro de 2010, dois meses antes do seu álbum de estreia, ela pediu para ser recebida por Demsey, da MAC. Foi logo dizendo que desejava ser a garota-propaganda da linha Viva Glam.

"Ela era divertida e fofa", lembrou Demsey. "Ela é engraçada, adora maquiagem e tem um estilo entre Vivienne Westwood e uma garota de Harajuku."

Mas ela ainda não era uma estrela, então Demsey propôs uma promoção de batons, coincidindo com o lançamento do seu álbum. Em 26 de novembro de 2010, a MAC lançou o batom Pink Friday, vendendo todo o estoque de 3.000 unidades em 15 minutos, além de outras impressionantes 27 mil nas três semanas seguintes.

A empresa gastou pouco em publicidade, disse Demsey, e as vendas vieram principalmente graças aos posts de Minaj no Twitter e no Facebook.

Conforme as vendas do álbum decolavam ("Pink Friday" estreou em segundo lugar na "Billboard"), a marca Minaj começava a se expandir. No início de fevereiro, ela já havia vendido mais de 1 milhão de álbuns, e os estilistas começavam a prestar atenção nela.

Minaj foi muito fotografada no tapete vermelho do prêmio Grammy, usando um vestido balonê de oncinha com meia-calça na mesma estampa, assinado por Riccardo Tisci, da Givenchy, e uma peruca em formato de cotonete, com uma mecha preta.

Minaj tem um peruqueiro exclusivo, Terrence Davidson. Em março, os organizadores do Leilão Verde, iniciativa beneficente da Christie's, conseguiram a exposição pretendida num show em que Minaj usava colant preto e uma peruca alta, tingida de louro e verde.

Meses depois, Demsey concordou em fazer de Demsey a garota propaganda Viva Glam 2012, no lugar de Lady Gaga.

A "W" colocou Minaj na capa da sua edição especial de arte e moda, em novembro. Na foto, ela está vestida como uma cortesã francesa do século 18, a condessa Du Barry, usando um vestido bordado da Dior.

"Ela saiu do clichê sobre os rappers, de que eles têm medo de parecerem ou serem confundidos com outra coisa", disse Stefano Tonchi, editor da revista "W".

Ela ainda não conseguiu estampar a capa da "Vogue", já ocupada por Gaga. Mas Bryant disse que Minaj está conversando com a revista. "Isso está na minha lista de desejos", afirmou ele, rindo. "Tomara, tomara."

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