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Banda mexicana redefine o 'crossover' nos EUA

Por JENNIFER MEDINA

LOS ANGELES - O visual e os acessórios eram os de praxe para um show de rock numa noite recente no Staples Center, em Los Angeles. O vocalista do grupo expressou seu amor pela multidão que lotava o recinto. Os fãs cantavam com a banda todas as canções.

Mas não havia nada de típico ali. Famílias inteiras enchiam a arena, incluindo até mesmo avós. A cada poucas canções, alguém na plateia abria e agitava uma grande bandeira mexicana. Praticamente não se falou ou cantou uma palavra em inglês.

A banda -um grupo de rock chamado Maná, vindo de Guadalajara, no México- é dona orgulhosa do recorde do maior número de shows com lotação esgotada, 11, na história do Staples Center.

Executivos do setor musical sempre presumiram que músicos latino-americanos teriam que gravar em inglês para poder fazer sucesso nos Estados Unidos, como fizeram Shakira ou Ricky Martin. Mas o Maná, com seu misto de canções de amor e material político sobre a imigração e o meio ambiente, vem se apresentando nos EUA há décadas em shows com lotação esgotada e já vendeu milhões de discos.

Embora seu reggae ao estilo do Police e seu rock com influências pop também tenham atraído fãs sem vínculos com a América Latina, a banda não tem planos para começar a cantar em inglês.

O vocalista Fher Olvera, que escreve a maioria das letras, disse que já pensou em escrever em inglês, mas que a banda o aconselhou a ficar apenas com o espanhol. "As pessoas podem amar a música, mesmo que não entendam todas as palavras", disse.

Desde que lançou seu primeiro álbum, em 1990, o Maná já ganhou quatro prêmios Grammy e sete Grammys Latinos. Seu álbum mais recente, "Drama y Luz", está há mais de um ano na lista da Billboard dos álbuns de pop latino mais vendidos. O Maná lotou o Madison Square Garden, em Nova York, numa escala anterior de sua turnê.

O grupo é desdenhado em alguns círculos onde é descrito como "fresas" (morangos), termo empregado para descrever bandas vistas como sendo de peso leve. Mas, se alguns acham pouco substanciais suas canções de amor e visões otimistas do ambientalismo, isso não chega a incomodar seus fãs.

"É uma banda que os puristas adoram odiar, mas a verdade é que ela transcende muitos grupos diferentes" disse Flavio Morales, vice-presidente sênior do mun2, o canal de música do Telemundo.

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