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Austeridade chega ao golfo, e Dubai se retrai

Por SARA HAMDAN e STANLEY REED

DUBAI - Enquanto uma nova onda de austeridade deixa muitas companhias financeiras em dificuldades mundo afora, suas homólogas do golfo Pérsico também foram forçadas a se retrair.

Em um ambiente no qual os mercados domésticos oferecem volumes de negócios cada vez menores e com um ritmo frustrante de transações, alguns dos mais importantes bancos de investimentos da região estão passando por mudanças drásticas.

É um contraste gritante com o humor da última década, quando os bancos de investimentos internacionais e regionais se inchavam para buscar negócios em todoo o Oriente Médio.

As transações no Mercado Financeiro de Dubai despencaram a um nível diário de US$ 48,5 milhões em 2011, 89% a menos do que em 2007, segundo dados da Coldwell Banker.

Essa queda acentuada dizima a receita das corretoras de valores. O volume médio de negócios na Bolsa de Abu Dhabi também diminuiu.

"Quando os mercados ficam tão voláteis, pode ser difícil convencer os investidores de varejo a permanecer em longo prazo, mesmo que as oportunidades existam", disse Nick Tolchard, diretor local da empresa de gestão de capitais Invesco.

A Shuaa Capital, empresa com 30 anos de história, é uma das várias companhias da região fazendo mudanças radicais para cortar custos.

"Tudo o que poderia dar errado já aconteceu conosco, e ainda estamos aqui", disse o xeque Maktoum al Hasher Maktoum, 35, recém-empossado presidente-executivo da Shuaa, que é uma das maiores empresas de investimentos dos Emirados Árabes Unidos. Ele é sobrinho do xeque Mohammed bin Rashid al Maktoum, governante de Dubai.

Após o recuo do mercado, a Shuaa planeja reduzir seus custos em 71% até meados do ano. Ela fechou suas operações na Jordânia e no Egito e reduziu seu pessoal na filial saudita, segundo Maktoum.

O Qatar, por outro lado, está em ascensão como potência regional, prosperando graças aos dividendos do petróleo e do gás natural.

A qatariana Qinvest está colocando US$ 250 milhões em troca de uma participação de 60% nas unidades de corretagem, consultoria e gestão de fortunas do banco de investimentos EFG Hermes, que foi muito afetado pelas turbulências no mundo árabe. No ano passado, o EFG Hermes teve uma redução de 81% no seu lucro, que ficou em US$ 22 milhões.

A Rasmala Investments, de Dubai, reduziu sua unidade de corretagem nos Emirados Árabes, segundo Ali al Shihabi, fundador e ex-presidente da empresa. Ela agora está focada em unidades geradoras de receita. A empresa reduziu fortemente suas operações na Arábia Saudita.

Da mesma forma, a Rasmala Investments reduziu seus custos em 50% em 2011 e eliminou seu departamento de pesquisas de investimentos.

"Como empresa privada, fomos capazes de cortar custos de forma impiedosa", disse Al Shihabi.

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