Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Fogões mais limpos e seguros para cozinhar à lenha Por ALICE RAWSTHORN Quando seu protótipo de fogão passou pelo primeiro teste em Gana, os designers americanos Jonathan Cedar e Alex Drummond esperavam que ele fizesse o mesmo sucesso na rodada seguinte de testes, na Índia. Mas eles descobriram que tipos diferentes de comida seriam preparados nele. "O prato principal em Gana é banku, uma massa de milho ou mandioca que felizmente se adequou a nosso fogão", lembrou Cedar. "Onde tivemos problema foi na Índia, com os pães chatos, que precisam de uma chama muito quente e muito difusa. Quando as pessoas viram o fogão, elas disseram 'Oh, não, não, não'." Havia uma solução simples: desenhar tampos diferentes para o fogão, para se adequar às exigências culinárias de cada região. Mas outros problemas se mostraram menos fáceis de resolver nos cinco anos em que Cedar e Drummond vêm desenvolvendo o fogão caseiro BioLite como um meio mais seguro e barato de cozinhar para os 3 bilhões de pessoas do mundo que usam fogões à lenha. Desenvolver um método mais barato e limpo de cozinhar poderia reduzir os danos ambientais causados pela fumaça dos fogões internos e reduzir os 1,9 milhão de mortes prematuras por ano ligadas a eles. Também poderia poupar as pessoas, principalmente mulheres e meninas, de passar horas por dia colhendo lenha, em vez de trabalhar ou estudar. O fogão BioLite inclui um equipamento de carga, que deveria poupar tempo e dinheiro para os milhões de pessoas cujas casas ficam fora das redes elétricas e que têm de caminhar longas distâncias -e pagar taxas elevadas- para carregar seus telefones celulares. Para que o BioLite tenha sucesso, deve encontrar soluções sustentadas para os problemas. Outros projetos de design humanitário anunciados recentemente enfrentam desafios parecidos, como a Little Sun, uma lâmpada movida a energia solar desenhada pelo artista dinamarquês-islandês Olafur Eliasson e pelo engenheiro dinamarquês Frederik Ottesen como uma alternativa à iluminação à querosene. A chave do desenho do fogão BioLite é um equipamento termelétrico que transforma em eletricidade o calor produzido pela queima de madeira ou de outro combustível orgânico. No início do ano passado, Cedar e Drummond, cujo centro de design e testes fica em Nova York, haviam conseguido US$ 1,8 milhão em investimentos. Combinados com a renda gerada pela venda de uma versão menor para camping, eles esperam ter fundos suficientes para concluir o projeto. Depois dos testes em Gana e na Índia, eles iniciaram a produção de 10 mil fogões para testes avançados. Os produtos são feitos na China. A BioLite pretende vender os fogões por US$ 40 cada. "Se as pessoas compram um produto, têm maior probabilidade de valorizá-lo do que se ele for dado de graça", disse Cedar. "Queremos nos tornar a fonte padrão para soluções de energia em mercados fora da rede para refrigeração, iluminação e água potável", disse ele. "Mas primeiro precisamos acertar o fogão." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |