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Mistério, ousadia e salto alto

POR ALEX HAWGOOD

Grupo ucraniano é elogiado pela opinião pública

Numa tarde de junho, no clube gay XL, no coração do bairro de Hell's Kitchen, em Manhattan, os quatro integrantes do grupo de dance pop ucraniano Kazaky faziam um ensaio apático.

"Avisamos às pessoas que não fazemos nada de bombástico nos ensaios", disse Oleg Zhezhel, 31, líder do grupo e seu integrante mais velho e mais musculoso. "Guardamos a energia para as apresentações de verdade."

Além de Zhezhel, o grupo é formado por Artur Gaspar, 28, ex-aluno do Teatro do Balé de Estado de São Petersburgo, Francesco Borgato, um italiano de cabelos revoltos, e Kyryll Fedorenko, 21, que já participou de concursos de dança de salão.

Nos últimos 12 meses, eles vêm sendo fartamente elogiados por criadores de tendências como a editora de moda Anna Dello Russo e os estilistas Dan e Dean Caten, da DSquared2. No Style.com, Tim Blanks descreveu o grupo como "quatro bichas doidonas" que criaram um show "pós-Gaga".

Com seus vídeos musicais como "Love" e "In the Middle" vistos milhões de vezes no YouTube, os garotos do Kazaky já fincaram seus pés, erguidos sobre saltos agulha, no palco mundial.

"Eles falam a linguagem de nosso mundo visual", disse a fotógrafa Inez van Lamsweerde, que os fotografou para a revista "V".

O Kazaky talvez tenha tido sua maior exposição até agora quando foi escolhido por Madonna para dançar de backup no vídeo "Girl Gone Wild", lançado em março. A stylist do clipe, Arianne Phillips, não encontrou sapatos dos tamanhos certos para os rapazes e teve que criar saltos altos sob medida para cada membro da banda, cortados de "botas de puta", como ela as descreveu.

"No final do dia no set, nossos pés estavam sangrando e com bolhas", contou Gaspar.

Os integrantes da banda preferem não responder às perguntas sobre sua sexualidade, do tipo "são ou não são", que aparecem em murais e no YouTube. "Procuramos conservar um charme misterioso", disse Zhezhel.

"Não temos preconceitos quanto a sermos pró-héteros ou pró-gays", explicou Fedorenko. "Não há nenhuma implicação relacionada a gênero. O que importa é a dança e o movimento."

Conservar o mistério é inteligente em termos de negócios, especialmente no país de origem deles. "Amamos nosso país, mas ele é um pouco conservador", admitiu Zhezhel. "Depois de um show, muitos homens nos procuram e pedem uma foto para as namoradas. Quando perguntamos o nome da garota, o cara não se lembra."

O lançamento de seu primeiro álbum, ainda sem título, está previsto para antes de setembro. No momento, os rapazes viajam em sua turnê mundial "A'Men".

Os rapazes do Kazaky não parecem preocupados com suas perspectivas profissionais de longo prazo. De acordo com Gaspar, "desde que começamos, nunca nos apresentamos num clube que não estivesse lotado".

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