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Uma sala nas alturas, perto de Colombo

Por ROBIN POGREBIN

Imagine que você trabalhasse para a prefeitura de Nova York como responsável pelas construções e que o prefeito decidisse deixar um artista construir uma sala de estar a seis andares de altura, no meio do ar, em volta de uma estátua histórica de Cristóvão Colombo que ocupa um dos cruzamentos mais movimentados de Manhattan.

Ah, e que o plano fosse que 100 mil pessoas subissem vários lances de escadas para conhecer e visitar a sala.

Você provavelmente teria várias preocupações de segurança e faria previsões de dores de cabeça com o trânsito.

E destacaria que alguém teria que se preocupar com seguros e com o acesso para pessoas com deficiências físicas.

Mas o prefeito, Michael R. Bloomberg, é grande defensor das artes e, ao que consta, não é um grande fã dos carros.

Em todo caso, a brincadeira está apenas começando. Estão sendo montados os andaimes para a construção da obra.

O artista japonês Tatzu Nishi pretende mobiliar a sala em questão com sofás, abajures e um televisor para os visitantes, que poderão ver a estátua de quase quatro metros de altura do explorador com todo o conforto.

"É uma maneira maravilhosa e inovadora de levar as pessoas para mais perto de Colombo", comentou John Calvelli, secretário da Fundação Nacional Ítalo-Americana, que está promovendo e levantando recursos para o projeto.

"Discovering Columbus" está sendo desenvolvido pela Fundação Pública de Arte, organização sem fins lucrativos que apresenta obras de arte em Nova York.

Antes de ser inaugurada, em 20 de setembro, a exposição precisará receber vários selos de aprovação do Departamento de Construções.

O Departamento de Transportes já averiguou que o trânsito não será afetado, e o Departamento de Bombeiros aprovou os fatores de segurança e verificou que a sala de estar elevada terá saídas apropriadas -no caso, escadas.

O Departamento de Parques está verificando que a estátua, inaugurada em 1892 para comemorar o quarto centenário da primeira viagem de Cristóvão Colombo às Américas, não seja danificada.

Quando a exposição chegar ao fim, em 18 de novembro, operários usarão a sala de estar como "poleiro" fechado a partir do qual poderão fazer trabalhos de restauração da estátua.

Para evitar filas, o projeto vai distribuir bilhetes com hora marcada, de modo que as pessoas compareçam em horários definidos. Os ingressos são gratuitos e ficarão disponíveis no site publicartfund.org/discoveringcolumbus e num guichê de informações no Centro Time Warner. A sala ficará aberta diariamente das 10h às 21h, no horário local.

Tatzu Nishi já fez coisas desse tipo antes. Ele cercou uma estátua da rainha Vitória em Liverpool, Inglaterra, com um hotel funcional, mas temporário.

Também criou um apartamento de um quarto sobre o telhado de uma catedral do século 14 em Basileia, na Suíça -encerrando dentro dele um cata-vento de bronze, no formato de um anjo.

E ergueu uma suíte de hotel temporária em volta da fonte Merlion, em Cingapura.

O que ele busca sempre é a surpresa visual.

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