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Investidores redescobrem o Egito após a Primavera Árabe

Por SARA HAMDAN

DUBAI - Depois que a Abraaj Capital comprou uma participação em uma empresa de testes médicos egípcia em maio de 2008, a empresa de private equity baseada em Dubai se preparou para um período difícil.

Durante quatro anos a companhia egípcia sofreu a crise financeira global, a recessão econômica e as revoluções que varreram o Oriente Médio.

Quando o turbilhão se dissipou, a Abraaj ficou chocada com as consequências. A empresa em questão, AlBorg Laboratories, não apenas tinha saído ilesa, como fortalecida. No primeiro semestre de 2012, o lucro da companhia aumentou 30%, segundo a Abraaj.

"Alguns setores, principalmente o de saúde, experimentaram uma espécie de renascimento quando a poeira se assentou depois da revolução no Egito", disse Ahmed Badreldin, codiretor de grandes capitalizações em private equity da Abraaj Capital.

"Esses setores estão se saindo surpreendentemente bem, especialmente no primeiro trimestre de 2012."

Esses bolsões de força são cada vez mais comuns em toda a paisagem de private equity no Egito, tradicionalmente um dos maiores mercados de aquisições na região do Oriente Médio.

E profissionais da indústria esperam que a tendência persista, reanimando o ambiente de negócios moribundo na região.

Nos contratos de private equity, indivíduos ou fundos investem diretamente em companhias privadas ou adquirem companhias de capital aberto e as privatizam.

Em meio ao tumulto dos últimos anos, os grandes investidores reduziram suas expectativas para o Egito, imaginando que suas empresas teriam sorte se conseguissem ganhos de um dígito, ou zero. Mas no ano passado várias empresas de propriedade de private equity no país aumentaram seus lucros em 40% ou mais.

De certa maneira, as companhias se beneficiam com a Primavera Árabe. Em 2011, o governo egípcio aumentou os salários e adotou um salário mínimo. Com o maior poder aquisitivo, o país registrou vendas recordes de bens de consumo.

O private equity está amplamente apostando na ascensão da classe média -e a demanda por energia, alimentos, saúde e produtos que vêm com ela.

A Eastgate Capital, filial de private equity do banco saudita NCB Capital, comprou a firma de joalheria L'Azurde, subsidiária de uma companhia saudita, em 2008, e assumiu uma participação de US$ 40 milhões no fabricante de medicamentos genéricos Sigma no ano seguinte.

A carteira de companhias egípcias da firma, segundo a Eastgate, aumentou os lucros em cerca de 40% neste ano.

"Esse crescimento é impulsionado por fortes gastos com consumo, apoiados pela grande população e o aumento de salários após a revolução", disse Nasr-Eddine Benaissa, sócio-gerente do Eastgate Capital Group.

As empresas de private equity também se concentraram nas operações. Para ajudar a AlBorg a navegar pelas rebeliões, a Abraaj adotou uma nova equipe e colocou dois executivos de sua firma para apoiar a transição.

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