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Tecnologia a passos curtos

POR NICK WINGFIELD

A chegada do iPhone em 2007 foi um salto quântico para os telefones celulares. Nunca antes eles tinham funcionado daquele jeito ou tido aquela aparência. Já o iPhone 5, que a Apple lançou em meados de setembro apenas com mudanças incrementais, parece indicar que a indústria entrou em uma era de pequenos passos tecnológicos.

Chips mais rápidos, telas maiores e conexões sem fio e mais velozes à internet estão entre os refinamentos que aparecem ano após ano. São avanços, com certeza, mas carecem do impacto que teve o primeiro iPhone, com sua fusão pioneira de software e tela sensível ao toque.

"Desde então, todos os lançamentos foram mais ou menos incrementações", disse Chetan Sharma, um analista independente de celulares. "Não parece que houve uma grande mudança."

Mas grandes inovações em smartphones não são coisa do passado. Avanços nos materiais, softwares e até nas baterias poderão levar a mudanças substanciais no visual e no funcionamento dos aparelhos nos próximos anos.

Uma das iniciativas mais intrigantes da Apple para redefinir o iPhone é o Siri, um assistente virtual ativado por voz lançado em outubro passado com o iPhone 4S. O dispositivo deu aos usuários a capacidade de encontrar informação na web com comandos de voz e de realizar outras tarefas, mas foi criticado por suas imprecisões.

Enquanto a Apple continua aperfeiçoando o Siri, o Google, fabricante do sistema operacional Android, melhora seus produtos de busca por voz. Além disso, quer desenvolver uma tecnologia que substitua o cartão de crédito pelo smartphone, usando uma tecnologia chamada comunicação de campo próximo, que permite que os usuários façam pagamentos sem fio nas caixas registradoras.

Esse sistema demorou a decolar porque a maioria dos comerciantes ainda a rejeita. A Apple está adotando uma abordagem mais cautelosa dos novos sistemas de pagamento móveis, oferecendo um dispositivo em seu novo software chamado Passbook para armazenar versões eletrônicas de pagamento em lojas, cartões de presente e de fidelidade.

Os computadores vestíveis (conhecidos em inglês como "wearables") são uma fonte de fascínio entre as empresas do Vale do Silício, especialmente no Google. A companhia fez um tremendo esforço no desenvolvimento do Project Glass, molduras semelhantes a óculos capazes de exibir textos, e-mails e outras informações de um smartphone em uma tela miniatura diante dos olhos.

A Google disse que tem planos para lançar uma versão para desenvolvedores que custaria US$ 1.500 no primeiro semestre do ano que vem e uma versão para consumidores depois disso. Empresas acreditam que computadores vestíveis poderão ser cruciais para liderar uma nova categoria de aplicativos chamados de "realidade aumentada". Objetos e informações virtuais poderão ser sobrepostos ao mundo real.

As mudanças nos materiais também poderão permitir projetos mais radicais. A empresa Corning, que fabrica o vidro usado no iPhone e em outras telas de smartphones, desenvolveu um produto flexível chamado Willow Glass.

Paul Tompkins, diretor de tecnologia comercial da Corning, disse que o vidro fino e forte pode dar aos designers uma maneira de fazer dispositivos que se conformam a uma parte do corpo. Um dispositivo para o pulso, por exemplo, poderia exibir grande parte da informação hoje encontrada em um smartphone.

Depois há avanços que podem eliminar a necessidade de se preocupar constantemente em manter os smartphones carregados. Em 2010, a Apple registrou um pedido de patente de um pequeno fornecedor de energia para células de combustível que poderá dar ao iPhone e ao iPad energia suficiente para durar semanas.

A diferença nos smartphones de um ano para outro pode não parecer espetacular, mas a longa curva do progresso tecnológico avança. David Yoffie, professor na Escola de Economia de Harvard, diz: "Cinco anos de mudanças incrementais também podem ser uma mudança substancial".

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