São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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EUA testam carteira escolar de altura ajustável

Por SUSAN SAULNY

MARINE ON ST. CROIX, Minnesota - Do corredor, a classe de sexta série da professora Abby Brown em uma pequena escola de Minnesota, parece bastante típica, com uma bandeira americana na frente e desenhos coloridos feitos pelas crianças decorando as paredes.
Mas lá dentro ocorre uma experiência que a situa entre as salas de aula mais heterodoxas das escolas públicas dos Estados Unidos, e os alunos estão sendo estudados enquanto estudam. Ao contrário da maioria das crianças em quase todo lugar, os alunos de Brown não precisam se sentar e ficar quietos. Eles têm permissão para ficar de pé e se mexer durante toda a aula, se quiserem. E eles querem.
As crianças da classe de Brown e algumas outras da escola de ensino fundamental Marine (e outras escolas ao redor) estão usando um tipo de carteira escolar de altura ajustável, que permite aos alunos ficar de pé enquanto trabalham. Brown desenhou a carteira com a ajuda de uma empresa local de móveis ergonômicos dois anos atrás. A popularidade da carteira vertical entre as crianças e os professores se espalhou pelos EUA.
"Às vezes, quando estou supercansado, eu me sento", disse Nick Raboin, 11. "Mas a maior parte do tempo eu gosto de ficar de pé."
A carteira vertical tem descansos para os pés basculantes e uma banqueta ajustável, que permite que as crianças fiquem sentadas ou de pé, conforme seu humor.
Com várias classes cheias de carteiras verticais, a escola Marine se encontra na vanguarda de uma ideia que, segundo especialistas, continua ganhando impulso na educação: que os móveis devem ser considerados tão seriamente quanto as aulas, especialmente diante do aumento da obesidade das crianças americanas e do declínio da educação física e do recreio.
James A. Levine, professor de medicina na Clínica Mayo, defende o que ele chama de salas de aula "que permitem a atividade", incluindo as carteiras verticais. "As crianças mudaram", disse Levine sobre a vida sedentária de muitas delas. "Nós também precisamos mudar para suprir suas necessidades."
Dois estudos que estão sendo realizados na Universidade de Minnesota usam dados coletados na classe de Brown e outras em Minnesota e Wisconsin que usam as novas carteiras. Os alunos que estão sendo estudados são monitorados enquanto usam carteiras tradicionais também, e os pesquisadores procuram diferenças na atividade física e no desempenho escolar.
Pat Reisenger, diretora da Fundação Educacional de Minnesota, ramo do sindicato de professores que deu à escola Marine sua primeira verba para comprar carteiras verticais, aguarda ansiosamente os resultados dos estudos.
As novas carteiras "se tornaram uma espécie de moda", disse ela. "Estamos falando sobre mobiliário, simples móveis. Se é tão simples e se tiver os impactos positivos que todos esperam, não seria maravilhoso?"


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