São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2010

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Itália exporta aos EUA atrações para parque


Projeto mescla história e inovação em Coney Island

Por ELISABETTA POVOLEDO
ALTAVILLA VICENTINA, Itália - Alberto Zamperla passa pela oficina em que seus brinquedos de parques de diversão são fabricados, enquanto operários medem, martelam e soldam plataformas enormes, vigas de formatos esdrúxulos e veículos diversos de fibra de vidro.
A primavera é uma época de muito trabalho para sua empresa: é quando são preparadas as atrações para a temporada de verão, que está prestes a começar em parques temáticos do hemisfério Norte.
Neste ano, Zamperla está correndo contra o relógio em função de um destino específico: Coney Island, no Brooklyn (Nova York), onde, em poucas semanas, ele vai apresentar um novo parque de diversões com 22 brinquedos, incluindo o Tickler, uma montanha-russa, o redemoinho Mega Disko e o Air Race, um brinquedo aéreo-acrobático um pouco assustador.
Coney Island é o maior investimento dos 50 anos de história do Grupo Zamperla, acionista majoritário da empresa Central Amusement International, que em fevereiro assinou um acordo com a Prefeitura de Nova York para construir e administrar a área de diversões de Coney Island. A Central Amusement já gastou US$ 15 milhões com a renovação do parque, cerca de metade dos US$ 30 milhões que prevê investir no local.
"Os fabricantes vêm operando brinquedos em parques de diversões e feiras há muitos anos", disse Andreas Veilstrup Andersen, diretor-executivo do escritório europeu da Associação Internacional de Parques de Diversões e Atrações. "Mas um projeto tão grande quanto Coney Island é muito incomum."
O tempo é curto, já que a abertura do parque foi marcada para o final deste mês.
"A pressão é grande, porque todos os olhos estão voltados a nós. As coisas não podem ser só boas -precisam ser perfeitas", disse Zamperla, presidente e executivo-chefe da empresa.
O projeto em Coney Island será chamado Luna Park, nome do parque de diversões original que existia no local até a Segunda Guerra Mundial.
O parque "teve sua fase de glória, mas lhe faltava espírito inovador", disse Zamperla, falando de uma área que, nas últimas décadas, se tornara decadente.
O Grupo Zamperla foi escolhido porque possui um histórico confiável de operação de parques de diversões, incluindo o Victorian Gardens, uma área de diversões infantis no Central Park, em Manhattan.
"A proposta específica que ela apresentou foi um misto simpático, que honrava a história de Coney Island e, ao mesmo tempo, desenvolvia o lugar como parque de diversões moderno, do século 21", disse Seth Pinsky, presidente da Corporação de Desenvolvimento Econômico da Cidade de Nova York.
A família Zamperla vem construindo atrações de parques de diversões em Altavilla Vicentina desde o início dos anos 1960. O avô de Alberto, Umberto Zamperla, abriu um dos primeiros cinemas da Itália e, mais tarde, passou a fabricar brinquedos de feiras de diversões. Seu pai, Antonio Zamperla, trabalhou em espetáculos viajantes antes de fixar-se na cidade para inventar e fabricar brinquedos.
Alberto Zamperla, 58, o mais velho dos cinco filhos de Antonio, levou o espetáculo para a estrada, por assim dizer, e hoje o grupo tem fábricas ou escritórios de vendas em vários países, incluindo EUA, China e Rússia.
Em mercados bem desenvolvidos, como o dos EUA, o sucesso de longo prazo no setor depende da inclusão de novidades, disse Andersen.
Neste ano, o Air Rice -brinquedo que alça voo e que a empresa descreve como "o máximo em brinquedos emocionantes"- fará sua estreia em Coney Island, ao lado de atrações mais comedidas, para famílias. Para 2011 estão previstos brinquedos novos na Zona do Grito, um acréscimo ao parque que vai incluir várias montanhas-russas criadas pela Zamperla e cujos usuários pretendidos são principalmente adolescentes.
"Em última análise, o que queremos é construir brinquedos nos quais as pessoas se divirtam", disse Zamperla. E Coney Island, disse ele, "será a vitrine perfeita para nosso trabalho".


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