São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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LENTE

Nas reuniões de negócios, um toque feminino

As mulheres são chefes melhores? Seus subordinados -tanto homens quanto mulheres- podem discutir essa pergunta enquanto houver cantos de escritórios e fofocas no local de trabalho.
Enquanto isso, algumas executivas não perdem tempo sopesando suas opiniões. "Sem dúvida as mulheres são melhores", disse Carol Smith, vice-presidente sênior do grupo Elle, para Adam Bryant, do "New York Times". "Na minha experiência, as mulheres chefes tendem a ser melhores administradoras, melhores conselheiras, mentoras, pensadoras racionais."
Para reforçar seu argumento, Smith cita as técnicas inferiores de gestão do tempo de seus colegas homens. "De repente, eles começam a falar de futebol", ela acrescentou. "Depois contam algumas piadas. Eu não sou boa para piadas durante reuniões. Sou muito concentrada."
Conversas sobre futebol e piadas não são motivo para demissão. No entanto, nos EUA, as demissões na atual recessão atingiram muito mais duramente os homens. No ano passado, O "Times" relatou que 82% dos demitidos eram homens, muitas vezes deixando suas mulheres como principais provedoras.
A recessão acelerou a tendência, mas as mulheres podem simplesmente estar trabalhando mais que os homens, a começar pelos anos de escola. Tamar Lewin, do "Times", relatou que os homens americanos não apenas têm menor probabilidade de conseguir seus diplomas do ensino médio ou de se formar em quatro anos, como também recebem notas piores.
"Os rapazes estão onde estavam 30 anos atrás, mas as garotas estão avançando rápido, saindo-se muito melhor", disse o estudioso Tom Mortenson, do Instituto Pell para Estudo de Oportunidades na Educação Superior.
Mas mesmo que essas boas notas levem as mulheres ao poder executivo, restam armadilhas. Alice Eagly, presidente do departamento de psicologia social da Universidade Northwestern, disse no blog "Room for Debate", do "Times", que mesmo que as mulheres sejam vistas como menos mandonas que os homens executivos, elas ainda lutam contra estereótipos sexistas.
"Em papéis que foram detidos principalmente por homens, a competência das mulheres é muitas vezes questionada", ela escreveu. "Nessas situações, as mulheres gerentes precisam ser supercompetentes para serem reconhecidas como eficazes."
E Joanna Barsh, coautora de "How Remarkable Women Lead" (Como mulheres notáveis comandam), advertiu no blog que as líderes empresariais precisam se proteger para não se esgotarem ante as pressões conflitantes de suas vidas pessoal e profissional, especialmente quando muitas ainda cuidam das pesadas tarefas domésticas.
"Energizar-se é crítico para as líderes", escreveu Barsh. Ela acrescentou: "Uma área em que as mulheres podem melhorar é parar (sim) de fazer diversas tarefas quando é exigida sua atenção total".
Mas mesmo as habilidades domésticas podem dar vantagem competitiva nas reuniões de executivos. Smith afirma que as chefes mulheres são melhores para organizar prioridades. "Elas fazem suas listas de tarefas. Elas repassam a lista. Talvez seja porque nós fazemos listas de compras."

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