Por SINDYA N. BHANOO

STONY BROOK, Nova York - A última atração do saguão do Centro Médico da Universidade de Stony Brook é uma rã que viveu na era dos dinossauros e que tem o tamanho de uma grande bola. Os cientistas acreditam que seja a maior rã que já existiu.
O imenso anfíbio faz parte de uma exposição permanente que também apresenta reconstruções de um crocodilo de nariz chato vegetariano e de um pequeno dinossauro carnívoro.
"Esta foi sem dúvida a rã mais pesada que já existiu; calculamos [seu peso] em 5 kg", disse David Krause, paleontologista da Universidade Stony Brook que descobriu os fósseis da rã e de outras criaturas em Madagascar. "Provavelmente ela comia qualquer presa disponível. Era grande o suficiente para talvez comer filhotes de dinossauros recém-nascidos."
O nome científico da rã é Beelzebufo ampinga, o que significa "sapo-diabo encouraçado".
A reconstrução da criatura, descrita como a "rã do inferno" pelos cientistas que a escavaram, retrata a Beelzebufo como um anfíbio de aspecto repelente, com uma grande língua rosa e pele cor-de-areia para se misturar ao ambiente desértico. Foram necessários 15 anos e 75 fósseis para montar uma reconstrução precisa.
A rã viveu cerca de 65 milhões de anos atrás, em um ambiente semiárido que sofria fortes chuvas esporádicas, disse Krause, que analisou sedimentos para desconstruir as condições de vida da rã. Krause e seus colegas acreditam que a rã seja parente da rã Pac-Man, uma espécie moderna da América do Sul que leva o nome do personagem de videogame.
Como a Pac-Man, Beelzebufo era provavelmente uma predadora de emboscada, ou seja, enterrava a parte traseira no chão e deixava a cabeça de fora, esperando por um lagarto ou uma cobra desprevenidos.
A reconstrução em exposição é a única da rã-diabo de que os pesquisadores têm conhecimento e foi feita por Joe Groenke, técnico em fósseis, e Luci Betti-Nash, artista científica.
Groenke criou um molde da cabeça da rã -basicamente uma versão ampliada da rã Pac-Man-, e Betti-Nash esculpiu o corpo com gesso e o pintou com tinta acrílica. As cores são um palpite, baseadas no lugar onde a Beelzebufo vivia e na coloração dos anfíbios desérticos modernos.


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