São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Executivos pedalam em viagens de negócios

Hotéis começam a facilitar o aluguel de bicicletas

Por TANYA MOHN

Christopher R. Bennett, engenheiro civil do Banco Mundial que passou 172 dias a trabalho fora de seu país, os EUA, no ano passado, é um dos viajantes a negócios que pedalam durante o serviço -prática que, segundo especialistas, atrai um número crescente de pessoas.
"Pedalar faz parte do meu DNA", disse Bennett em entrevista em Tbilisi, Geórgia, onde supervisionou investimentos na construção de estradas. Ele viaja com uma bicicleta desmontável que cabe em uma mala de tamanho médio, ou usa bicicletas que aluga nos hotéis que frequenta. "Os porteiros sabem quando vou chegar e as trazem para mim", ele disse.
Andy Clarke, presidente da Liga de Ciclistas Americanos, disse que a saúde, a vontade de ser ambientalmente correto e, mais recentemente, a economia fraca dos EUA são os motivos pelos quais mais pessoas estão pedalando para ir ao trabalho. Muitas mantêm o hábito nas viagens a negócios. "Elas não querem perder um dia no selim, se possível", disse Clarke.
É o caso de Alison Chaiken, engenheira de software em San Francisco. "Geralmente uso a bicicleta para ir ao trabalho e achei que seria divertido fazer isso em uma viagem de negócios", disse Chaiken, que viajou para o Reino Unido há cerca de um ano, a serviço da Hewlett-Packard, sua empregadora na época.
E foi ótimo, ela disse. Sem um bom transporte público de seu hotel, no centro de Bristol, até o local da empresa, no campo, e com medo de dirigir no lado "errado" das ruas, ela pedalou pela panorâmica Trilha da Ferrovia de Bristol e Bath durante uma semana. Chaiken estima que economizou para a empresa centenas de dólares em aluguel de carros, evitou o alto preço da gasolina no exterior e o tráfego na hora do rush.
Iniciativas recentes tornam o ciclismo mais fácil e seguro. Os hotéis oferecem aluguéis de bicicletas, e muitas cidades americanas criaram pistas e faixas para elas, melhoraram a sinalização nas ruas e instalaram semáforos especiais. Programas públicos de compartilhamento de bicicletas, baseados principalmente no grande sucesso dos modelos europeus, começaram ou estão em desenvolvimento em mais de uma dúzia de grandes cidades dos EUA, disse Clarke.
Mas Eric V. Swanson, gerente de programa do Banco Mundial, disse que teve dificuldades na Europa porque as máquinas nos quiosques não conseguiam ler seu cartão de crédito americano. "Fiquei frustrado diversas vezes", disse. Ele estava em Paris durante uma greve no setor de transporte, dois anos atrás, e "havia bicicletas em estandes por toda a cidade, mas eu não podia usá-las". Ele acabou andando os cinco quilômetros até o local de sua reunião, ida e volta.
A segurança também é uma preocupação, principalmente para quem pedala em outros países e está, portanto, sujeito a outros costumes e leis. Muitos ciclistas conversam com Jim Langley, autor e especialista em bicicletas, sobre se devem levar seus capacetes em suas viagens e sobre como pedalar sem sujar a roupa. "Para muitos é uma trabalheira, mas, para mim, [andar de bicicleta] me ajuda a me sentir mais centrado nas reuniões", diz.


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