São Paulo, segunda-feira, 16 de março de 2009

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Odor da excitação está na glândula masculina do suor

Por NICHOLAS BAKALAR

O suor dos homens cheira diferente quando eles estão sexualmente excitados, e as mulheres percebem a diferença, mesmo que não tenham consciência disso, segundo um novo estudo.
A atividade sexual dos animais é afetada pelo odor, mas pouco se sabe sobre o fenômeno nos seres humanos. Embora os três tipos de glândulas sudoríparas reajam à emoção e à excitação sexual, nunca se estabeleceu de modo convincente que o odor corporal tem um papel significativo nas relações sexuais ou na reprodução humanas.
"Nas pesquisas, as pessoas dizem que os odores do corpo são importantes para escolher um parceiro", disse Denise Chen, principal autora do estudo. "Mas não sabemos realmente qual a função dos odores corporais na sexualidade humana."
O relatório, publicado na edição de janeiro do "Journal of Neuroscience", sugere que as mulheres distinguem entre o cheiro do suor sexual e o do suor neutro processando os odores em partes diferentes do cérebro.
Os pesquisadores fizeram 20 voluntários masculinos heterossexuais colocar almofadas absorventes em suas axilas enquanto assistiam a um filme erótico durante 20 minutos e depois novamente enquanto assistiam a um filme de conteúdo neutro por 20 minutos. Depois fizeram 19 mulheres heterossexuais cheirar os absorventes de suor sexual e os de suor neutro dos três homens que demonstraram o maior nível de excitação sexual.
As mulheres também cheiraram dois outros absorventes, um umedecido com androstadienona, hormônio produzido naturalmente no suor que alguns acreditam ser um feromônio sexual, e um absorvente de controle, com um odor neutro.
Os absorventes foram apresentados aleatoriamente, e as mulheres foram solicitadas a dar notas para os odores, conforme os achavam agradáveis ou intensos. Enquanto as mulheres cheiravam, os pesquisadores monitoraram sua atividade cerebral com equipamentos de imagem magnética funcional.
Em suas reações verbais, todas menos duas pesquisadas negaram sentir o cheiro de suor ou qualquer coisa humana, e nenhuma distinguiu verbalmente o suor sexual do neutro. Mas sua atividade cerebral contou uma história diferente.
Duas regiões do cérebro, o córtex orbitofrontal direito e a região fusiforme direita, reagiram significativamente mais ao suor sexual dos homens do que a outros odores.
Chen, professora-assistente de psicologia na Universidade Rice em Houston, Texas, disse que somente uma área do cérebro, o hipotálamo, é conhecida como importante na motivação e no comportamento sexuais e que essa região não reagiu aos odores. Mas os pesquisadores concluíram que o cérebro de certa forma identifica a informação social ou emocional contida no suor sexual, tratando-a de maneira diferente de outros odores. Nesse sentido, concluíram, os seres humanos se comunicam pelo
olfato.
Nenhum homem deve imaginar que, com base nessas conclusões, poderá melhorar sua vida sexual deixando de tomar banho. "As descobertas não significam que o suor humano é afrodisíaco", disse Chen.


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