São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2011

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Empresas de tecnologia procuram novo Zuckerberg

Por CLAIRE CAIN MILLER e JENNA WORTHAM

SAN FRANCISCO - Os jovens gênios da informática, há muito, são contratados a peso de ouro no Vale do Silício. Mas, hoje em dia, as empresas tecnológicas americanas estão inventando novos benefícios e incentivos, enquanto a indústria trava sua batalha mais acirrada por talentos em mais de uma década. Refeições grátis, ônibus fretados e opções de ações são a norma. A fabricante de jogos Zynga oferece cortes de cabelo e iPads para os recrutas, que são informados de que podem levar seus cachorros ao trabalho.
Há os salários depois. O Google está pagando a recém-formados em informática de US$ 90 mil a 105 mil, até US$ 20 mil a mais do que pagava alguns meses atrás. E ainda os incentivos: executivos de uma pequena novata contaram que, recentemente, ela perdeu um estagiário quando uma das maiores novatas ofereceu ao candidato 40% em opções de ações, mas só se ele aceitasse o emprego antes de desligar o telefone.
Enquanto o resto dos Estados Unidos combate intensamente o desemprego, a falta de engenheiros qualificados tornou-se crítica nos últimos seis meses, enquanto o fluxo de pessoal ou investimento de capital de risco aumentou.
No Vale do Silício, na Califórnia, e em outros pólos tecnológicos, como Nova York, Seattle e Austin, no Texas, surgem dúzias de novas empresas.
Ao mesmo tempo, o desemprego nacional entre profissionais da computação permanece maior que em muitos outros setores de colarinho-branco -em torno de 5%. O motivo: poucos têm as capacidades que as empresas procuram, como o conhecimento das linguagens de programação PHP, Ruby e Python, que não são ensinadas na maioria das faculdades.
Entre os engenheiros procurados, houve mudança psicológica; muitos querem ser Mark Zuckerberg, e não trabalhar para ele. As novatas estão reconhecendo isso e recrutam engenheiros com a promessa de ajudá-los a sair para fundar empresa própria. A Redfin, corretora de imóveis on-line em Seattle, organiza reuniões entre recrutas e capitalistas de risco. "Isso ajuda a manter as pessoas, mas também as ajuda a ir embora", disse Glenn Kelman, executivo-chefe da Redfin.
Os recrutadores também expandiram suas buscas. Como os diplomas universitários não são obrigatórios, os caça-talentos estão vasculhando concursos e festivais de programadores.
O esforço para impressionar os recrutas ficou muito claro no festival "South by Southwest" em Austin com dezenas de festas luxuosas oferecidas pelas empresas de tecnologia.
"A mensagem que está sendo enviada é de que este é um lugar muito bacana para se trabalhar", disse Jay Adelson, executivo-chefe da SimpleGeo, uma novata baseada na Califórnia e no Colorado que fabrica ferramentas para smartphones. "Isso é importante quando você é um desenvolvedor jovem e atualizado."


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