São Paulo, segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

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Aparelhos manuais usam luz e calor contra a acne

Por CAMILLE SWEENEY

Uma nova leva de aparelhos estéticos tem enchido as prateleiras dos banheiros. Essa parafernália chega com preços elevados e a promessa de resultados que parecem bons demais para ser verdade: uma escova que reduz rugas, um equipamento que usa raios para eliminar pelos indesejados, um preenchedor cutâneo que dá uma aparência mais jovial.
O alvo dos equipamentos mais recentes é a acne. Produtos como Tanda Skincare System (US$ 250), Claro (US$ 275) e No!No! Skin (US$ 180) usam luz e/ou calor.
Eles representam 1 das 3 principais categorias de dispositivos estéticos para uso doméstico vendidas em nível global, atrás do rejuvenescimento cutâneo e da remoção de pelos, segundo Michael Moretti, fundador da Medical Insight, empresa de pesquisas do mercado da estética.
Consumidores e profissionais se perguntam: essas coisas funcionam? Especialistas do setor preveem que os novos equipamentos contra acne -muitos dos quais semelhantes a algumas tecnologias usadas em consultórios dermatológicos- devem se tornar uma parte viável do tratamento contra as espinhas.
Mas as opiniões dos usuários sobre o resultado divergem, segundo Tom Seery, fundador da RealSelf.com, comunidade on-line sobre estética.
Embora alguns equipamentos tenham sido autorizados pela FDA (agência dos EUA para drogas e alimentos), médicos se dividem quanto a recomendá-los, ainda que para tratamentos localizados ou entre as consultas.
Um dos primeiros aparelhos lançados foi o Zeno (US$ 100), que saiu há quatro anos e usava tecnologia térmica. Sua eficácia sempre foi questionada.
"É verdade que aquecer uma lesão por acne vai derreter o óleo na glândula sebácea, e isso terá um efeito anti-inflamatório muito modesto", disse Macrene Alexiades-Armenakas, dermatologista em Nova York.
"Mas isso é, no máximo, uma solução de curto prazo, debilmente eficaz para espinhas existentes, e que toma tempo, porque você tem de atacar uma espinha de cada vez por pelo menos 2,5 minutos duas vezes por dia."
Os aparelhos mais novos -como o No! No! Skin, que emite luz verde e vermelha, além de calor, e diz erradicar até cerca de 80% das lesões da acne; e o Claro, que usa uma tecnologia de pulsos de luz intensa e anuncia uma taxa de eliminação da acne de 94%- podem ter alguma validade, segundo a médica.
"Mas, como os estudos são de escala muito pequena, os aparelhos ainda têm de provar sua eficácia objetivamente."
A questão é que, para que os aparelhos sejam seguros para o consumidor, sem risco de queimaduras ou dano ocular, os fabricantes precisam manter muito baixa a intensidade das suas tecnologias.
"Testamos uma terapia fotodinâmica em pacientes de acne que era cem vezes mais forte do que você encontraria em um aparelho de uso doméstico, e apenas 40% desses pacientes reagiram", disse Robert Weiss, dermatologista de Baltimore e ex-presidente da Sociedade Americana da Cirurgia Dermatológica. "A partir dessa experiência clínica, estou muito cético sobre o que esses aparelhos podem fazer."


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