São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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CARTAS AO INTERNATIONAL WEEKLY

Gregos aprendem o verdadeiro custo da dívida
"O ensaio de Nikos Konstandaras na seção Inteligência do suplemento semanal "The New York Times" da semana passada (15 de março) foi o primeiro que já li que fez qualquer sentido desde o início desta "crise". Parabéns a ele!" Matthew Fenner
Viena

Um choque de culturas
"Acho que a coluna Inteligência de Roger Cohen (de 8 de março) publicada no "The Observer" resume o que nós, europeus, enxergamos como uma falha importante no modo de pensar dos americanos, quando ele escreve: "Os europeus se compadecem de seus mortos em guerra; os americanos cantam a glória dos sacrifícios".
Os americanos parecem desconhecer fundamentalmente os fatos básicos da guerra moderna.
Eu e as outras crianças da rua de Londres na qual cresci, no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, nos considerávamos prejudicadas. Enquanto todas as outras ruas em volta tinham grandes terrenos vazios, onde tudo tinha sido nivelado por bombas, nos quais as crianças podiam brincar, a nossa rua não tinha -era a única naquela parte de Londres que não tinha sido diretamente atingida por bombas.
Vocês podem imaginar Nova York sendo sujeita a um 11 de Setembro por semana durante um ano? Foi assim em Londres no início dos anos 1940, e o que as cidades alemãs sofreram mais tarde foi muito pior. Podem imaginar o terror de homens, mulheres e crianças, que, com a aproximação da noite e as sirenes de ataque aéreo tocando, iam para os abrigos, cientes de que eles mesmos, seus filhos ou vizinhos poderiam ser mortos, feridos ou mutilados permanentemente, enquanto as bombas continuavam a cair sobre as cidades da Europa, noite após noite, ano após ano?
Sim, nós nos compadecemos deles, porque sabemos que a imensa e avassaladora maioria das baixas de guerra é formada pelas vítimas civis."

Alan Mathison
Harrow, Reino Unido

"Roger Cohen desenvolve uma análise que parece bastante apropriada, especialmente desde o ponto de vista psicológico. A falta de solidariedade entre os aliados europeus dos Estados Unidos é o que Jean-François Revel chamou de "antiamericanismo obsessivo", que é um problema menor, por razões óbvias, em países que antes faziam parte do bloco do leste.
Historicamente, podemos lamentar alguns dos gestos antiamericanos de líderes como De Gaulle, que, contudo, mostrou-se leal no caso dos mísseis soviéticos em Cuba, em 1963. Mas De Gaulle também teve razão em ser cauteloso em relação a um aliado que tinha ajudado o Viet Minh em 1945, por meio do trabalho do Escritório de Serviços Estratégicos e do major Patti.
Hoje em dia, o fato de os europeus não parecerem dispostos a participar da guerra não é desculpa, porque estamos todos juntos nisto.
Os ataques de 11 de setembro de 2001 podem ter sido espetaculares, mas também houve ataques mortais com bombas em Londres e Madri. O perigo que o islã radical representa para nossas democracias é grande. Mas esse perigo parece não ser percebido por nossos líderes na Europa, que persistem em negá-lo em nome da correção política.
"A base de qualquer aliança militar", observa Roger Cohen corretamente, "precisa ser uma percepção compartilhada da ameaça que se enfrenta." Nossa meta comum deve ser combater o terrorismo. Sim à solidariedade transatlântica, não ao comunitarismo!"

Gérard Levano
Bruxelas

Autores que pedem emprestado
"Na página de Arte & Estilo do suplemento semanal da semana passada (15 de março) do "The Observer" havia um artigo intitulado "Autores que pedem emprestado". Isso me lembrou do ditado apresentado em uma canção por Tom Lehrer. O conselho do grande matemático russo N.I. Lobachevsky era: "Não deixe o trabalho de outrém lhe escapar.
Lembre-se de o que fez o bom Deus seus olhos criar! Não venda seus olhos -vá plagiar, plagiar, plagiar""

John Chubb
Cheltenham, Reino Unido


Ocasionalmente o suplemento internacional do "New York Times" publica cartas de leitores de todo o mundo. Leitores da Folha podem enviar comentários para nytweekly@nytimes.com



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