São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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Baixo custo atrai turistas médicos à Coréia do Sul

Por CHOE SANG-HUN

SEUL, Coréia do Sul - Ônibus de turismo descarregam visitantes chineses e japoneses no distrito de Apgujeong, em Seul, famoso por suas butiques elegantes e suas clínicas de cirurgia plástica. Os pacotes turísticos incluem pequenas cirurgias.
Na ilha turística de Jeju, o governo está construindo o complexo Health Care Town (Cidade do Atendimento Médico), com 150 hectares de clínicas médicas e apartamentos de alto padrão cercados por campos de golfe de 18 buracos e belas praias. O objetivo é atrair estrangeiros que precisem de cuidados médicos.
A Coréia do Sul se juntou a Tailândia, Cingapura, Índia e outros países asiáticos no lucrativo negócio do turismo médico. Pontes de safena, cirurgias da coluna, substituições de articulações do quadril, cirurgia plástica -procedimentos que, nos EUA, podem custar dezenas de milhares de dólares- freqüentemente são realizadas por 30% ou até 10% do preço na Ásia, com tempos de espera muito menores e, em muitos casos, feitos por especialistas formados no Ocidente.
A tendência é reforçada por americanos que fogem dos altos custos da medicina em seu país. No ano passado, 750 mil deles buscaram tratamentos médicos mais baratos no exterior, cifra que deve chegar a 6 milhões até 2010, segundo a consultoria Centro Deloitte de Soluções de Saúde. Países asiáticos também cortejam pacientes ricos do Oriente Médio com dificuldade em conseguir vistos de entrada nos EUA.
O número de estrangeiros que viajam à Coréia do Sul para procedimentos médicos ainda representa apenas uma parcela minúscula dos que se tratam em Índia, Tailândia e Cingapura, segundo autoridades do setor.
Mas clínicas médicas e o governo sul-coreano estão se esforçando para atrair esses turistas, que não apenas levam dinheiro aos hospitais locais, que têm verbas escassas, mas também ajudam a economia do país, já que os pacientes fazem compras e passeios depois de concluir seu tratamento.
Quando Hassan e Fatima al Abdulla, do Qatar, chegaram a Seul, em outubro, encontraram à sua espera no aeroporto um carro e uma enfermeira que falava inglês. Pouco depois, estavam no Hospital Wooridul, onde Fatima faria uma cirurgia para aliviar dores crônicas na coluna e pernas.
Hassan Abdulla achou tão confortável o quarto de hospital de sua mulher -com TV, acesso à internet e cama para acompanhante- que decidiu hospedar-se ali, em vez de ficar num hotel. Cinco dias após a cirurgia, Fatima já se sentia bem. "Já posso andar e fazer compras", disse.
O Wooridul espera atrair mil pacientes estrangeiros e US$ 1 milhão de receita deles em 2008. Seus pacientes vêm de 47 países, sendo um terço deles dos EUA. O porta-voz Lee Mi-jeong disse que o hospital pretende construir uma sucursal hospitalar com apartamentos, sala de concertos e museu de arte na ilha de Jeju, para incrementar sua atuação no turismo médico.
"A cidade vai se especializar em chec-ups médicos, convalescença de longo prazo e procedimentos que os médicos coreanos fazem bem e a baixo custo, como cirurgia plástica e odontologia", disse Kim Kyung-taeg, diretor do Centro de Desenvolvimento de Jeju, administrado pelo governo. "Esta é uma indústria importante para o futuro de nossa ilha."


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