São Paulo, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

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Estúdio nascido dos quadrinhos chama a atenção de Hollywood

Por BROOKS BARNES
LOS ANGELES - Pergunte a Barry Levine, novo produtor de cinema e bem-sucedido editor de histórias em quadrinhos, em quê ele está trabalhando, e ele vai olhar nos seus olhos e começar a tirar a camisa.
Tatuada em seu ombro há uma grande imagem de Hércules. "Meu bebê", diz.
"Hércules: as Guerras Trácias" é um projeto de filme encaminhado para a Metro-Goldwyn-Mayer, mas é apenas uma das empreitadas cinematográficas de Levine. Em menos de três anos, sua empresa, a Radical Studios, fechou acordos com DreamWorks Studios, Walt Disney Pictures e New Regency Pictures, que é afiliada à 20th Century Fox. Scott Rudin, produtor vencedor do Oscar, está trabalhando com a Radical para produzir "Mata Hari", a história de uma misteriosa dançarina e espiã.
A Radical também criou uma divisão musical, começou a publicar jogos para equipamentos móveis e expandiu seus esforços para publicar na China o que chama de novelas ilustradas -histórias em quadrinhos elaboradas.
Cada vez mais os estúdios de cinema esperam que os produtores tragam algo além de entretenimento e charme -financiamento para ajudar a produzir um filme ou a prova de que uma ideia vai dar certo.
Contra esse pano de fundo, estão empresas como a Radical Studios. Levine, que passou as décadas de 1970 e 80 como fotógrafo de rock, começou em 2008 a publicar histórias em quadrinhos e novelas gráficas. Isso lhe deu uma renda constante e uma biblioteca de propriedade intelectual para usar como garantia. Hoje a Radical tem 72 propriedades editoriais, com mais de mil personagens.
Levine, 62, e seu principal assessor, o gênio financeiro de 30 anos Jesse Berger, reembalam as histórias em quadrinhos com ilustrações esmeradas da Radical como adaptações para o cinema "É extraordinariamente valioso no atual ambiente de negócios ter a capacidade de oferecer aos estúdios uma história em representação visual -sua ideia é reforçada quando você pode dar aos executivos algo para segurar", diz Mark Gordon, produtor que está trabalhando com a Radical na adaptação de sua história em quadrinhos de terror "Driver for the Dead".
Eles também estão cada vez mais concentrados em digitalizar essa obra de arte para usar em editoração digital, jogos e aplicativos para smartphones.
A verdadeira medida do sucesso será fazer um filme, o que a Radical ainda não conseguiu. Levine diz que é impossível dizer com certeza se os planos poderão avançar primeiro com a Disney, a DreamWorks ou a MGM. Um projeto da Radical já desmoronou por causa de problemas de cronograma.
"Queremos fazer filmes, não apenas vender as histórias para que fiquem na prateleira."


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