São Paulo, segunda-feira, 24 de agosto de 2009

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Americanos radicalizam em estilos e volume de cabelos

Por DAVID COLMAN

Robert Pattinson —ator dos cabelos fartos e desgrenhados da popular saga cinematográfica “Crepúsculo”— pode ser único no mercado de adulação das adolescentes nesta temporada. Seu cabelo, porém, tem muita concorrência. Há uma tendência crescente de grandes cabelos entre a população jovem masculina dos EUA.
Existem afros, moicanos, tranças, topetes. Existem almofadas punks, cascatas hippies (com barbas combinando) e maçarocas coloridas. E estes são apenas os estilos que têm nomes.
Victor Jeffreys II, que tem um afro gigante, refere-se orgulhosamente ao que ele chama de seu “cabelo não normativo”. Cameron Cooper, estilista de moda, diz que seu crânio criativamente raspado é “o ponto de exclamação no final da minha sentença”.
“Há uma grande onda de rapazes que simplesmente querem experimentar”, disse Marguerite Jukes, cabeleireira do salão Bumble and Bumble, em Manhattan, onde são cuidadas as cabeleiras do elenco do musical “Hair” na Broadway. “Ninguém mais quer só um corte. Não existe um visual determinado: é um pouco de tudo.” Ela até se especializou em conseguir o aspecto não muito perfeito, “de modo que pareça que eles mesmos cortaram seu cabelo em casa”.
Empresas de cuidados capilares relatam que as vendas de produtos mais radicais —gel forte, pomadas, pastas e ceras— cresceram acentuadamente nos últimos tempos, e os clientes masculinos respondem por grande parte do aumento.
“Na década de 1960, a única coisa importante era o comprimento”, disse Michael McDonald, estilista de roupas (e cabelos) da remontagem de “Hair” na Broadway. “Foi só nos anos 70 e na era disco que o cabelo dos homens começou a realmente ter estilo. E, então, cada momento teve o seu visual, de modo que hoje, no século 21, vimos praticamente tudo o que se pode fazer com o cabelo. Está tudo aí para rever e interpretar.”
Os rapazes que querem um visual radical muitas vezes adotam um astro do rock como inspiração. Mas o que torna essa tendência ainda mais curiosa é que há uma pequena conexão entre o cabelo e o momento, o homem ou a música que o provocou. O rapaz com longos cabelos e barba castanhos pode ter música techno no seu iPod, e o sujeito com uma gaforinha tingida de azul pode estar tamborilando com os dedos um ritmo death metal.
“Você nunca sabe o que eles curtem pelo cabelo”, disse Jukes.
E se você se pegar imaginando: quem é aquele sujeito? Qual é a daquele cabelo? Nem mesmo o cabeleireiro dele saberá com certeza.


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