São Paulo, segunda-feira, 25 de maio de 2009

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Saúde e boa forma

Frisbee se populariza como esporte feminino

Por BONNIE TSUI

O Ultimate Frisbee exige a velocidade e a resistência do futebol, mais o passe aéreo e a pontuação no fundo do campo, como no futebol americano. A beleza do disco voando e o vigor exigido na sua captura fizeram com que o Ultimate conquistasse seus fãs.
Nos últimos dez anos, o Ultimate Frisbee foi além das suas raízes hippies e se tornou um dos esportes de maior crescimento no mundo. É jogado em mais de 42 países e, em nível universitário, ele atrai atletas de esportes como o futebol e o futebol americano.
A ascensão das mulheres no Ultimate é outra parte crucial do crescimento da modalidade. Ao assistir a essas mulheres jogando, pode-se ver a exigência atlética que as atraiu: belos lançamentos em forma de arco, mergulhos, saltos verticais, e os discos sendo resgatado do ar com um leve toque dos dedos. "Eu jogo quase toda semana, mesmo no inverno", disse Fi Cheng, 33, que trabalha numa empresa de mochilas solares de Nova York, EUA. Ela participa da organização de um torneio na primavera e no outono no parque Prospect, no Brooklyn. "Notei muito mais mulheres jogando do que quando comecei. Há mulheres em torno dos 30 anos que já estão jogando há dez anos."
A Associação de Jogadores de Ultimate, que organiza o esporte nos EUA, tem quase 30 mil associados. O número cresceu 168% desde 2003, quando a associação começou a dividir suas estatísticas por gênero. De 2003 a 2008, a participação feminina quase dobrou, alcançando já um terço do total. Em todo o mundo, estima-se que 5 milhões de pessoas joguem o Ultimate. Nos EUA, o esporte tem um site: www.upa.org. Embora o jogo tenha sido inventado em 1968 em Nova Jersey, nos Estados Unidos, o Ultimate moderno tem seu epicentro na Califórnia e na Costa Noroeste do país. Facilita sua expansão o fato de que para jogá-lo basta apenas um disco de plástico, um campo e umas poucas regras simples.
Uma equipe passa o frisbee entre si para avançar pelo campo (não vale correr com o disco nas mãos) e marca pontos cruzando a linha de fundo. Se o frisbee cai no chão, a equipe adversária ganha a posse. "Adoro correr com um propósito, quer dizer, odeio a pista, mas gosto de caçar coisas", disse a professora primária Susan Batchelder, 29, em Oakland, Califórnia. "Adoro o fato de que, quando você está jogando, toma centenas e milhares de pequenas decisões -onde o disco está, onde o seu corpo está-, mas elas acontecem sem pensar."
Pelas regras, o Ultimate Frisbee não é um esporte de contato, mas lesões acontecem. As paradas e corridas bruscas fazem com que rompimentos do ligamento anterior cruzado sejam especialmente comuns entre as jogadoras.
Joy Chen, 33, programadora de software em Alameda, Califórnia, se considera uma pessoa de sorte por suas lesões se limitarem a hérnias de disco, rompimento de um manguito rotador e torções de tornozelo. "Nós nos chocamos entre nós e contra o solo com bastante força", disse Chen, que descobriu o Ultimate na faculdade, após anos jogando futebol e tênis. Com a equipe Superfly, da Universidade Stanford, ela foi tricampeã invicta do campeonato universitário feminino nacional.
"No início achei que seria apenas algo que se fazia na faculdade, mas não como 'adulta'", disse Chen. Mas foi difícil abandonar essa eclética e unida comunidade, e ela continuou jogando e se reinventando em diversos times. No ano passado, ela e suas colegas do Fury conquistaram o Campeonato Mundial de Ultimate.
Para a professora Ali Fields, 36, que aprendeu a jogar como voluntária do Peace Corps no Zimbábue, ensinar o jogo é parte de ser da comunidade Ultimate. Ela e uma amiga estão dando instrução sobre o básico do jogo a estudantes da cidade de Portsmouth, New Hampshire, nos EUA. "O que eu adoro é que, no Ultimate misto, as meninas conseguem lançar o disco tão bem quanto os meninos", disse ela.


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