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ENSAIO - PHYLLIS KORKKI
Como sua identidade na internet pode atrapalhar a carreira
Se você não quer que sua avó veja, não coloque na rede
No seu currículo, tudo estava lindo. Suas referências eram bárbaras. A entrevista foi ótima.
Mas você não conseguiu a vaga.
Ah, não: será que eles viram no Facebook aquela foto de você dançando sobre a mesa? Ou
descobriram que a prestação da sua casa está seis meses atrasada?
A checagem de antecedentes pode ser decisiva na hora da contratação. Poucas pesquisas
sérias foram feitas até agora sobre como os gestores usam a internet para avaliar candidatos
a empregos. Mas dá para imaginar que estão pelo menos procurando por você nos mecanismos de
busca. Então é conveniente rever os resultados de uma busca pelo seu nome.
E, embora seja difícil remover algo questionável de um mecanismo de busca, você pode pelo
menos jogar essa referência para baixo, com a inclusão de itens positivos, segundo Barbara
Safani, dona da consultoria nova-iorquina Career Solvers.
Ela ajuda seus clientes na criação de uma identidade profissional positiva por meio de
perfis no Google, LinkedIn e ZoomInfo, que tendem a ser os primeiros a aparecerem numa
busca. Essa estratégia pode também ajudar quem tem pouca ou nenhuma presença on-line.
Quem procura emprego também precisa ficar atento à sua página do Facebook. "Até que ponto a
sua página do Facebook é realmente privada?", questionou Lewis Maltby, fundador do Instituto
Nacional dos Direitos Trabalhistas, com sede em Nova Jersey.
Apesar das configurações de privacidade, disse, não é inconcebível que um empregador em
potencial seja amigo de um amigo seu e, assim, tenha acesso à sua página.
E, se você está mostrando ou dizendo no Facebook algo que não gostaria que a sua avó visse,
"então tire, já", sugeriu Maltby. O mesmo vale para os posts de amigos que o mencionarem.
Você também pode perder uma vaga por causa de informações a seu respeito em bancos de dados
da internet.
Por meio deles, quem contrata tem como conhecer suas inclinações políticas, hábitos de
consumo, hobbies e interesses.
Mas Mike Aitken, diretor da Sociedade para a Gestão de Recursos Humanos, uma associação
profissional, duvida que os gestores tendam a investigar candidatos pela internet -exceto
para cargos de alto escalão.
A maioria dos empregadores terceiriza a checagem dos antecedentes, o que, em geral, se
restringe aos currículos, afirmou Aitken.
Para certos cargos, os empregadores podem também verificar prontuários criminais e histórico
de crédito.
Para verificar se você é bom devedor, as empresas precisam da sua autorização, mas não
concedê-la pode atrapalhar a sua candidatura, disse Maltby.
E, se você for rejeitado sob algum argumento crível, afirmou, quem poderá dizer que não foi
realmente por causa da sua situação creditícia?
Claramente, não faz mal algum pesquisar um pouco sobre si mesmo antes de pleitear vagas.
O que você aprende pode surpreender. Como disse Safani: "Controlar a situação é sempre uma
estratégia melhor do que ficar sentado vendo o que eles encontram".
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