São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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ENSAIO - PHYLLIS KORKKI

Como sua identidade na internet pode atrapalhar a carreira

Se você não quer que sua avó veja, não coloque na rede

No seu currículo, tudo estava lindo. Suas referências eram bárbaras. A entrevista foi ótima. Mas você não conseguiu a vaga.
Ah, não: será que eles viram no Facebook aquela foto de você dançando sobre a mesa? Ou descobriram que a prestação da sua casa está seis meses atrasada?
A checagem de antecedentes pode ser decisiva na hora da contratação. Poucas pesquisas sérias foram feitas até agora sobre como os gestores usam a internet para avaliar candidatos a empregos. Mas dá para imaginar que estão pelo menos procurando por você nos mecanismos de busca. Então é conveniente rever os resultados de uma busca pelo seu nome.
E, embora seja difícil remover algo questionável de um mecanismo de busca, você pode pelo menos jogar essa referência para baixo, com a inclusão de itens positivos, segundo Barbara Safani, dona da consultoria nova-iorquina Career Solvers.
Ela ajuda seus clientes na criação de uma identidade profissional positiva por meio de perfis no Google, LinkedIn e ZoomInfo, que tendem a ser os primeiros a aparecerem numa busca. Essa estratégia pode também ajudar quem tem pouca ou nenhuma presença on-line.
Quem procura emprego também precisa ficar atento à sua página do Facebook. "Até que ponto a sua página do Facebook é realmente privada?", questionou Lewis Maltby, fundador do Instituto Nacional dos Direitos Trabalhistas, com sede em Nova Jersey.
Apesar das configurações de privacidade, disse, não é inconcebível que um empregador em potencial seja amigo de um amigo seu e, assim, tenha acesso à sua página.
E, se você está mostrando ou dizendo no Facebook algo que não gostaria que a sua avó visse, "então tire, já", sugeriu Maltby. O mesmo vale para os posts de amigos que o mencionarem.
Você também pode perder uma vaga por causa de informações a seu respeito em bancos de dados da internet.
Por meio deles, quem contrata tem como conhecer suas inclinações políticas, hábitos de consumo, hobbies e interesses.
Mas Mike Aitken, diretor da Sociedade para a Gestão de Recursos Humanos, uma associação profissional, duvida que os gestores tendam a investigar candidatos pela internet -exceto para cargos de alto escalão.
A maioria dos empregadores terceiriza a checagem dos antecedentes, o que, em geral, se restringe aos currículos, afirmou Aitken.
Para certos cargos, os empregadores podem também verificar prontuários criminais e histórico de crédito.
Para verificar se você é bom devedor, as empresas precisam da sua autorização, mas não concedê-la pode atrapalhar a sua candidatura, disse Maltby.
E, se você for rejeitado sob algum argumento crível, afirmou, quem poderá dizer que não foi realmente por causa da sua situação creditícia?
Claramente, não faz mal algum pesquisar um pouco sobre si mesmo antes de pleitear vagas.
O que você aprende pode surpreender. Como disse Safani: "Controlar a situação é sempre uma estratégia melhor do que ficar sentado vendo o que eles encontram".


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