São Paulo, segunda-feira, 26 de abril de 2010

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Novos dedos artificiais ganham mais eficiência

Por ANNE EISENBERG
Eric Jones sentou-se na poltrona do meio num recente voo da Grande Nova York para a Flórida, mas não se queixou. Na verdade, divertia-se discretamente com ações que para muitos são banais, como pegar uma xícara de café ou mudar o canal no monitor de vídeo. Esses movimentos simples eram impossíveis desde que Jones teve de amputar os dedos da mão direita, há três anos. Mas, agora, ele tem dedos motorizados, capazes de segurar latas ou mesmo folhas finas de papel.
"Colocar uma lata de refrigerante numa caneca é uma ação mundana para a maioria das pessoas, mas, para mim, é uma grande coisa", disse Jones, que vive em Mamaroneck, Nova York. "Visto meus dedos biônicos como uma luva. E, então, tenho cinco dedos móveis para agarrar coisas. É maravilhoso ter recuperado essas funções."
A prótese de Jones, chamada ProDigits, foi feita pela Touch Bionics, da Escócia. O dispositivo pode substituir algum ou todos os dedos de uma mão; cada dedo tem um motorzinho e uma caixa de câmbio montados sobre uma base. O movimento é controlado por um chip de computador na prótese.
O ProDigits foi lançado comercialmente em dezembro. Cerca de 60 pacientes já foram atendidos no mundo, e alguns usam a prótese há três ou quatro anos. O custo é de US$ 60 mil a US$ 75 mil, incluindo o ajuste e a terapia ocupacional.
Os dedos motorizados individuais são um fato novo e promissor nesse campo, possibilitado em parte pela miniaturização das peças, disse John Miguelez, fundador e presidente da Advanced Arm Dynamics, de Redondo Beach, Califórnia. "Mais voltagem e corrente podem ser aplicadas aos motores", disse ele, "criando mais velocidade e força".
Eric Jones usa a prótese ProDigits há 18 meses. Os dedos artificiais são ligeiramente maiores que os originais, mas isso não é um problema para ele. "Os dedos têm uma aparência legal", disse. Um interruptor de um lado liga e desliga a energia, e ele recarrega os dedos durante a noite, como se fossem um celular.
Jones começa a ação flexionando ou relaxando um músculo na palma da mão. Sensores embutidos na prótese recebem os sinais enviados pelos músculos e transmitem a mensagem ao chip que controla o motor. Os dedos artificiais param de se fechar quando detectam resistência, disse Karl Lindborg, diretor da Touch Bionics.
Um único dedo protético estendido pode operar um forno de micro-ondas ou um celular; um dedo e um polegar podem segurar uma peça de xadrez; três ou mais dedos podem agarrar uma esfera. Jones disse que os dedos também lhe garantem um toque de classe. "Posso segurar um copo de vinho", contou. "Meus dedos mindinho e anular se curvam de modo muito elegante sob a taça."


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