A Inconveniência do Outro

Ao editor:
Concordo com a maior parte do texto "A Inconveniência do Outro" ("Suddeutsche Zeitung", 13 de setembro), de Vincent Hugeux. Mas há alguns outros pontos que também considero importantes. Em minha opinião, os políticos, especialmente aqueles que são eleitos para representar seu país, não deveriam usar a xenofobia para se elegerem ou para ganharem popularidade com parte de seus eleitores. Cada político tem a responsabilidade de proteger as minorias e fortalecer os direitos humanos, para que todos possam viver em liberdade, mesmo que existam cidadãos que não queiram imigrantes em "seu" país. Usar a xenofobia para eleger-se mais uma vez é um abuso de autoridade!
Teresa Scheininger
Munique

Ao editor:
A coluna Inteligência "A Inconveniência do Outro" ilustra o impacto que os preconceitos podem exercer sobre a vida das minorias, especialmente quando utilizados sistematicamente por políticos e pela mídia. Como bem observou Vincent Hugeux, a imagem de um bode expiatório foi empregada de maneira errônea mais uma vez para unir um país que sofre o efeito de reveses auto-infligidos.
Quando medos e ressentimentos profundamente arraigados são explorados para criar uma ilusão de uma sociedade homogênea à custa de minorias, é urgente chamar a atenção dos cidadãos para os riscos desse tipo de engenharia social irresponsável. É conveniente para políticos e eleitores apegar-se a suas conclusões apressadas, em vez de oferecer aos "criadores de problemas" uma chance de integração. Afinal, fazer propaganda política custa menos que dar empregos, moradia e educação a grupos em situação de desvantagem.
A verdadeira prosperidade de um país não se expressa na ânsia de perseguir "estranhos", mas na capacidade e disposição de integrá-los.
Regina Löwenstein
Alemanha

Mito da Ciência

Ao editor:
Na seção semanal do "New York Times" publicada com a edição de 31 de julho do "Listín Diario", Carlos Cunha, em sua coluna Lente intitulada "O Mito da Ciência Infalível", sugeriu que a ciência se reivindica como infalível.
Pelo contrário. O caráter de uma ciência dita que ela esteja sempre aberta a novos paradigmas que mais bem representem ou expliquem um fenômeno particular. Um exemplo disso foi a modificação ou o ajuste das ideias de Newton feita por Einstein.
Hilario Meléndez Santo Domingo, República Dominicana

O Lugar Onde Você Sempre Será Recebido

Ao editor:
A coluna Inteligência de Roger Cohen ("Folha", 26 de julho) foi muito bem escrita e me comoveu profundamente. Meus pais emigraram para o Brasil (meu pai em 1914 e minha mãe em 1929). Minha mãe sempre teve esse sentimento de não pertencer a lugar algum. Quando ela foi ao Japão para visitar familiares e sua cidade de origem, descobriu que seu lugar era de fato o Brasil, para onde sempre desejava voltar de vez quando estava fora do país.
Sendo bilíngue e bicultural, e tendo estudado nos Estados Unidos e na França, me senti uma jovem às vezes perdida em mundos diferentes. Mas mais tarde, viajando para o Japão ou percorrendo a América ou a Europa, percebi que o Brasil é o lugar para onde vou voltar e do qual sinto que faço parte.
Naomi Doy
São Paulo, Brasil

A Fama Já Não Faz Sucesso

Ao editor:
A coluna Lente intitulada "A fama já não faz tanto sucesso" ("Tages-Anzeiger", 6 de setembro) foi um artigo interessante. Depois de ler a coluna e então passar os olhos pela "The Economist" (que meu filho me repassa), topei com o obituário do jogador de bilhar Alex Higgins, que o qualificava de celebridade, embora esse rótulo não lhe caia bem. Higgins não sabia o que fazer com a fama, exceto gastar mais dinheiro com cavalos ou bebida ... muito distante daqueles que, nos fazem crer, cortejam a fama de maneira incessante.
Bem, é preciso gente de todos os tipos para compor um mundo.
Myra Walder
Suíça


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