Investidores buscam empresas de energia limpa já estabelecidas

Por CLAIRE CAIN MILLER
SAN FRANCISCO - A companhia de investimentos Virgin Green Fund não está mais indo atrás das empresas novatas e badaladas de energia limpa. Em vez disso, quer as que enfrentam a crise da meia-idade.
O fundo, baseado em Londres e San Francisco, tem investido silenciosamente US$ 220 milhões em empresas estabelecidas que tentam desenvolver energia renovável ou utilizar recursos naturais de maneira mais eficiente.
A Virgin está praticando um novo tipo de investimento privado para solucionar um problema de novatas em tecnologia verde, muito depois dos primeiros anos em que a maioria das empresas do setor costuma atrair capital de risco. Ela quer financiar essas companhias "green tech" durante a fase posterior, quando elas precisam de apoio, tempo e dinheiro.
"Isto são as 'green tech' adultas -empresas operacionais com problemas operacionais", disse Anup Jacob, sócio do Virgin Green Fund.
Em tempos melhores, a caminho de se tornarem companhias adultas independentes, as novatas no ramo de tecnologia limpa podiam levantar dinheiro nos EUA por meio de empréstimos ou estímulos fiscais (quando bancos e empresas investem em projetos ecológicos para colher os créditos fiscais destes).
Mas, quando essas opções posteriores de financiamento secaram, algumas empresas de tecnologia limpa sobreviveram abandonando a ideia de construir grandes e caras fábricas para produzir energia alternativa. Em vez disso, passaram a vender sua tecnologia para companhias maiores, enquanto alguns investidores começaram a investir mais em novatas maduras.
De 2007 a 2009, o investimento em empresas em fase mais adiantada aumentou 19%, para US$ 821 milhões, enquanto as companhias em fase inicial sofreram uma redução de 41% dos investimentos, para US$ 550 milhões.
As empresas de tecnologia limpa precisam de mais dinheiro durante um período mais longo do que a novata média da web, por isso muitas companhias recaem nessa categoria de etapa posterior. O Virgin Green Fund, criação de Richard Branson, fundador do Virgin Group, examinou 3.700 companhias e investiu em dez. Colocou cerca de US$ 100 milhões no fundo de US$ 220 milhões.
Os fundadores e primeiros investidores dessas companhias de tecnologia limpa já passaram pelo período mais arriscado -descobrir se a tecnologia funciona- e estão tendo receitas polpudas.
Hoje as empresas "green tech" precisam de capital para se tornarem companhias de US$ 100 milhões, e de assessores experientes para refinar seu modelo empresarial e sua estratégia de marketing.
Muitos investimentos do Virgin Green Fund estão longe do Vale do Silício e começaram há mais de dez anos, antes que a tecnologia verde se tornasse moda. "É a parte não atraente da tecnologia limpa", disse Jacob.

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