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É SIMPLES SABER SE FICHA É FALSA
Pela quarta vez, volto ao tema da reportagem de 5 de abril em que reprodução de suposta ficha criminal da ministra Dilma Rousseff dos tempos da
ditadura foi publicada.
Depois de a ministra ter contestado
que a ficha fosse autêntica, o jornal reconheceu não ter comprovado sua veracidade. Considerei insuficientes as
justificativas para os erros cometidos
e sugeri uma comissão independente
para apurá-los e propor alterações de
procedimentos para evitar repetição.
A Redação, no entanto, considerou a
averiguação encerrada. Na semana retrasada, a ministra me enviou laudos
por ela contratados que atestam a falsidade do documento.
Ao noticiar a existência dos laudos
no domingo, o jornal, em termos tortuosos, sugeriu que ainda há dúvida
sobre a fidedignidade do documento
porque o original cuja reprodução ele
publicara não foi examinado.
Se a Folha quer mesmo esclarecer o
assunto, é simples: deve identificar a
fonte que lhe enviou eletronicamente
a ficha (assim, o público avaliará sua
credibilidade) e instá-la a fornecer o
documento original para exame de
peritos isentos e pagos pelo jornal.
Só isso elucidará o caso, embora para leitores especializados em artes
gráficas, nem seja necessário. Alguns
me mandaram material convincente
para comprovar a fraude.
Um deles, André Borges Lopes, diz
que "trata-se de falsificação tão grosseira que qualquer técnico do departamento de arte do jornal poderia detectar os indícios de fraude em cinco
minutos de análise".
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Carlos Eduardo Lins da Silva é o ombudsman da Folha desde 22 de abril de 2008. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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