São Paulo, domingo, 13 de março de 2005

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ENTREVISTA

A influência da imprensa

A socióloga Alzira Alves de Abreu, pesquisadora do Cpdoc (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Fundação Getúlio Vargas do Rio, é co-organizadora do livro "Eles mudaram a imprensa" e co-autora de "Mídia e Política no Brasil", ambos da Editora da FGV.

Ombudsman - A crise da imprensa é visível para os leitores?
Alzira Alves de Abreu -
Não sei responder se é visível. Entendo que muitos leitores hoje buscam informações "isentas", querem uma diversidade de opiniões, querem um jornal plural. Mas não podemos esquecer que há também leitores que buscam no jornal a confirmação para suas idéias e convicções políticas.
Freqüentemente ouço comentários negativos sobre a forma como os jornais noticiam determinados acontecimentos: ora dando excessiva importância a temas banais, ora dando informações com determinado viés ideológico, tomando posição diante dos fatos. Acho que essa questão poderia ser objeto de uma pesquisa de vocês com os leitores. Os jornalistas poderiam também fazer debates sobre esse tema.

Ombudsman - Com tantos meios novos de acesso à informação, a imprensa escrita ainda tem espaço?
Abreu -
A imprensa continua a exercer influência na formação do pensamento político e social, mesmo quando existem divergências profundas entre as preocupações do público e as da imprensa.
Mesmo com os novos meios de informação, como a TV a cabo e internet, a imprensa ainda afeta grande número de pessoas que buscam uma informação mais analítica. A televisão pode ser para muitos uma forma rápida e mais agradável para se informar da atualidade política ou para assuntos ligados ao cotidiano, mas para a compreensão da complexidade política, das relações sociais e da qualidade de vida do indivíduo, a leitura do jornal é mais abrangente do que a informação dada pela televisão.

Ombudsman - A senhora lê jornais? Gosta? Que críticas faz?
Abreu -
Eu leio vários jornais por dia e gosto muito. Nos fins de semana tenho um prazer enorme em passar algumas horas lendo os jornais.


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