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Resgate dramático salva bebê em
invasão de prédio; a Folha não deu
A catadora de papelão e moradora de rua Sara Silva, 39,
levou o caçula de dez meses,
João Vítor, para a invasão de
um prédio em São Paulo na
madrugada da segunda.
Quando o gás de bombas da
polícia penetrou no edifício, o
bebê desmaiou nos braços da
mãe. Ela o viu roxo. Pensou
que estivesse morto. Por uma
janela, um homem se dependurou com a mão. Com a outra, agarrou João Vítor e se esticou. Embaixo, dois homens
seguraram e salvaram o bebê.
O resumo foi feito com base
nos relatos dos repórteres Álvaro Magalhães, de "O Estado
de S. Paulo", e Gio Mendes, do
"Diário de S. Paulo".
Na edição da terça a Folha
não citou o drama do bebê,
embora tenha publicado a
imagem do fotógrafo
Thiago Bernardes (do "Diário"). A tensão do confronto
da PM com os cerca de 400
sem-teto invasores do edifício São Vito não aparece na
cobertura fria e distante.
Para produzir a reportagem, o jornal fez -mal- o
que no jargão se denomina
recuperar a história. É não
presenciar os fatos e buscar
versões para reconstituí-los.
Por que a Folha só foi apurar de manhã o ocorrido horas antes? A Secretaria de Redação informa que o plantão da madrugada é feito por dois
jornalistas da Agência Folha e
um da Folha Online. Eles avisam chefias e Fotografia em
caso de "história maior".
Nesta semana, o esquema
não foi bem-sucedido. Há porém uma boa notícia: está
sendo contratado um fotógrafo para a madrugada. O trabalho no plantão desse horário
às vezes é pouco valorizado,
mas tem importância notável.
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