São Paulo, domingo, 15 de abril de 2007

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Resgate dramático salva bebê em invasão de prédio; a Folha não deu

A catadora de papelão e moradora de rua Sara Silva, 39, levou o caçula de dez meses, João Vítor, para a invasão de um prédio em São Paulo na madrugada da segunda.
Quando o gás de bombas da polícia penetrou no edifício, o bebê desmaiou nos braços da mãe. Ela o viu roxo. Pensou que estivesse morto. Por uma janela, um homem se dependurou com a mão. Com a outra, agarrou João Vítor e se esticou. Embaixo, dois homens seguraram e salvaram o bebê.
O resumo foi feito com base nos relatos dos repórteres Álvaro Magalhães, de "O Estado de S. Paulo", e Gio Mendes, do "Diário de S. Paulo".
Na edição da terça a Folha não citou o drama do bebê, embora tenha publicado a imagem do fotógrafo Thiago Bernardes (do "Diário"). A tensão do confronto da PM com os cerca de 400 sem-teto invasores do edifício São Vito não aparece na cobertura fria e distante.
Para produzir a reportagem, o jornal fez -mal- o que no jargão se denomina recuperar a história. É não presenciar os fatos e buscar versões para reconstituí-los.
Por que a Folha só foi apurar de manhã o ocorrido horas antes? A Secretaria de Redação informa que o plantão da madrugada é feito por dois jornalistas da Agência Folha e um da Folha Online. Eles avisam chefias e Fotografia em caso de "história maior".
Nesta semana, o esquema não foi bem-sucedido. Há porém uma boa notícia: está sendo contratado um fotógrafo para a madrugada. O trabalho no plantão desse horário às vezes é pouco valorizado, mas tem importância notável.


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