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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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Fronteira sutil

Um leitor se sentiu "perplexo" e outro falou em propaganda disfarçada. As críticas foram feitas à nota "Liquidação 15" da coluna "Painel S.A." (no caderno Dinheiro) do sábado 7/6.
A nota dizia: "Neste final de semana, quem ligar para qualquer Estado brasileiro usando o Super 15, da Telefônica, pagará no máximo R$ 0,06 e no mínimo R$ 0,02 (sem impostos). O desconto nas chamadas internacionais para qualquer país do mundo, em qualquer horário, será de 50%".
Curiosamente, poucas páginas adiante havia um anúncio de meia página para a promoção.
O editor da coluna, Guilherme Barros, afirma que "o objetivo foi prestar um serviço" e que "qualquer outra conclusão a respeito da nota é indevida".
"Acho que esse conflito serviço/propaganda existe mesmo, em muitos casos. Onde termina o serviço e começa a propaganda?", indaga o jornalista.
"Quando se noticia o lançamento de um filme, de um livro, ou quando se faz uma crítica de um restaurante, está se fazendo um serviço", afirma Barros, "mas não deixa também de ser uma espécie de propaganda".
Cabe fazer algumas distinções.
Há as seções fixas e específicas nas quais o jornal divulga o que acontece numa cidade, com diferentes opções de espetáculos, filmes, restaurantes, eventos.
Há as reportagens sobre estréias ou lançamentos, com declarações, entrevistas e resenhas críticas, bem como edições sobre construção, testes de veículos etc.
Há também reportagens sobre ações setoriais sintomáticas (viações aéreas fazendo promoções conjuntas, por exemplo) ou sobre soluções empresariais que viram notícia pelo ineditismo.
Onde se encaixa a nota em questão? Sinceramente, não a vejo em nenhum desses casos.


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