São Paulo, domingo, 16 de setembro de 2007

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Folha amplia normas sobre ética

O jornal alterou o verbete "ética" do "Manual da Redação". Impôs novas regras de conduta aos jornalistas. O objetivo, de acordo com circular assinada pela editora-executiva Eleonora de Lucena, é "ampliar a transparência da Folha em relação a seus leitores".
O principal acréscimo: "Para evitar real ou aparente conflito de interesse, o jornalista da Folha não deve possuir ações de empresas sobre as quais escreve com regularidade. A recomendação vale para todos os profissionais, não apenas para aqueles que cobrem o mercado financeiro. Por exemplo, jornalistas que cobrem saúde não devem ter ações de planos de saúde, quem cobre o mercado imobiliário não deve manter ações de construtoras".
A norma se assemelha à do americano "The New York Times". Antes, o "Manual" condenava genericamente a atuação "em interesse próprio, escrevendo sobre empresa ou negócio com que tenha relação, mesmo indireta".
A emenda elimina ou atenua na Folha a "absurda ausência de auto-regulamentação [da imprensa] sobre conflito de interesses: não deveria investir na Bolsa jornalista que apura, edita ou comenta o mercado financeiro". É o que escrevi aqui há quatro semanas sobre a proposta da Comissão de Valores Mobiliários de intervir na atividade jornalística e cerceá-la.
Há outras novidades. Exemplo: "É proibido ao jornalista pedir ingresso para eventos culturais, como shows e peças de teatro. Sempre que possível, a Folha pagará pelo ingresso dos profissionais que forem cobrir tais eventos".
De fato, a "camaradagem" incentiva a promiscuidade contraditória com a independência jornalística. Lamento, contudo, que o veto se limite a "pedir". "Pedir" não pode, mas "receber", se vale o escrito, parece liberado.


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