São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2001

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Presentes de Natal

Parte dos jornalistas, por falta de tempo ou empenho, costuma ser reticente quanto ao estudo da teoria da comunicação ou de jornalismo propriamente dito. É pena, pois reflexões sobre o ofício costumam, como se diz, intimidar os vícios da prática diária.
Nem por isso, porém, deixa de crescer a tentativa de se contrapor, em diálogo, prática e teoria, sobre uma profissão cuja vocação social é tão inegável quanto esquecida na gaveta.
Vale registrar, portanto, alguns lançamentos recentes, que compõem uma pequena onda de livros brasileiros sobre o tema:
1) "A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística", de Nilson Lage (189 págs., editora Record) - um trabalho voltado principalmente para cursos de graduação, reúne material derivado de aulas ministradas entre 1992 e 1999 sobre técnicas de jornalismo;
2) "Mídia: Teoria e Política", de Venício Artur de Lima (368 págs., editora Fundação Perseu Abramo) - dez textos, alguns inéditos, outros reescritos e atualizados. Abrangem trabalhos sobre teoria da comunicação, análises sobre o que chama de "economia política" das comunicações e estudos específicos sobre a relação entre telejornalismo e política no Brasil;
3) "A sociedade dos chavões", de Claudio Tognolli (248 págs., editora Escrituras) - com base em material coletado de jornais e revistas desde os anos 80, o livro discute o uso do lugar-comum sem necessariamente condená-lo a priori. Procura abordar a questão do ponto de vista filosófico, literário e da teoria da comunicação;
4) "Showrnalismo - a notícia como espetáculo", de José Arbex Jr. (292 págs., editora Casa Amarela) - com base em estudos e em sua experiência pessoal como jornalista, em especial em coberturas internacionais, o autor mistura memória e ensaio, com enfoque crítico sobre o que chama de "imbricação entre jornalismo e história";
5) "Jornalismo e desinformação", de Leão Serva (144 págs., editora Senac) - atravessado pela experiência do autor como correspondente de guerra, em especial na Iugoslávia, mostra como certos procedimentos jornalísticos acabam por dificultar a apreensão de informações pelos leitores;
6) "Em sociedade tudo se sabe", de Ibrahim Sued (260 págs., editora Rocco) - organizado pela filha do jornalista, Isabel Sued, compila colunas e crônicas de um dos pioneiros do colunismo social, da década de 50 até os anos 90. Sued nasceu em 1924 e morreu em 1995. Há glossário, cronologia e "pensamentos" do autor;
7) "Cobras criadas", de Luiz Maklouf Carvalho (600 págs., editora Senac) - biografia do jornalista David Nasser (1917-1980), um dos jornalistas mais conhecidos do país nos anos 50, símbolo de um jornalismo em que a ética era algo fora de lugar. O livro revela, também, os bastidores da revista "O Cruzeiro", em que Nasser era a "estrela".



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