São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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Conta de erros

Cobertura de campanha eleitoral deve ser crítica em relação a todas as candidaturas. A da Folha neste pleito paulistano tem sido muito mais crítica à do prefeito Gilberto Kassab que às demais. Em parte, é natural, já que ele está no exercício do poder. Mas têm ocorrido exageros injustificáveis, como o espaço nobre e grande na terça ao fato de o clipping noticioso da prefeitura incluir a campanha dos outros candidatos.

 
O Estado de São Paulo está alienando um de seus grandes ativos, o banco Nossa Caixa, cuja venda para o Banco do Brasil está às vésperas de se concluir. A maioria dos leitores da Folha, cidadãos deste Estado, tem interesse direto no tema, já que o banco "é deles". Mas o jornal, nos três meses desde que a notícia foi primeiramente veiculada, omitiu-se de promover amplo debate sobre o tema, apesar de setores importantes da sociedade acharem que em caso de venda de banco público, um leilão é obrigatório.
 
Erros apontados pelo leitor Mario Gonzáles em 28 de julho sobre reportagem a respeito de Federico Garcia Lorca só foram corrigidos em 15 de agosto. Além da demora, a correção deixou de lado esclarecimentos importantes oferecidos pelo leitor. O jornal deveria apressar correções de apuração simples como essas e considerar editá-las no mesmo espaço em que os erros são cometidos.

ONDE A FOLHA FOI BEM
Kenneth Maxwell
Sua coluna na quinta juntou com erudição, oportunidade, didatismo e elegância a Olimpíada, os conflitos no Cáucaso e a história do Brasil

Capa de sexta
Uma das mais bonitas primeiras páginas do ano, com fotos excelentes, diagramação sóbria, manchete forte e exclusiva e chamadas relevantes

E ONDE FOI MAL
TV na Olimpíada
Seção sobre o que ver na TV na Olimpíada começou com enorme confusão no sábado e levou dias até chegar a uma forma aceitável

Fura-fila
Jornal registra bem o lado da defesa do médico acusado de furar fila de transplantes, mas ainda não oferece ao leitor apuração própria dos fatos

Satiagraha
Mero registro de fatos e declarações mantém o leitor sem compreender a trama e os elos de toda a maquinação por trás do caso

Nelson Ascher
Instado por leitor que estranha sumiço do colunista, jornal informa-o de que ele deixou de colaborar com a Folha e que a notícia sairá quando houver substituto nomeado

ASSUNTOS MAIS COMENTADOS DA SEMANA
1. OPERAÇÃO SATIAGRAHA
2. JOÃO GILBERTO
3. DNA PAULISTANO

PARA LER
"Violência, Povo e Polícia", de Maria Victoria Benevides, Brasiliense, 1983 (R$ 12, à venda em sites que comercializam livros usados) -excelente estudo sobre cobertura policial da imprensa de 1979 a 1981, com ótimas sugestões de pesquisas ainda necessárias
"Balas Perdidas", Andi, 2002 (disponível na internet www.andi.org.br/_pdfs/balasperdidas.pdf) -boa análise sobre a maneira como a imprensa tratava assuntos referentes a violência, em especial com jovens, de 2000 a 2001
"A Mathematician Reads the Newspaper", de John Allen Paulos, First Anchor Books, 1995 (importado, a partir de US$ 11,95 + taxas) -ótimas sugestões de um matemático apaixonado por jornais sobre como a sua ciência pode ajudar a melhorá-los

PARA VER
"Uma Mente Brilhante", de Ron Howard, com Russel Crowe e Ed Harris, 2001 (a partir de R$ 19,90) -comovente relato da jornada em busca do autoconhecimento de um dos maiores matemáticos do século 20, John Forbes Nash Jr

"Afogando em Números", de Peter Greenaway, com Bernard Hill e Juliet Stevenson, 1988 - em seu estilo escatológico, Greenaway conta histórias de vidas sob o compasso dos números



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Carlos Eduardo Lins da Silva é o ombudsman da Folha desde 22 de abril de 2008. O ombudsman tem mandato de um ano, renovável por mais dois. Não pode ser demitido durante o exercício da função e tem estabilidade por seis meses após deixá-la. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamações, e comentar, aos domingos, o noticiário dos meios de comunicação.
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