Reportagem na capa de Dinheiro, com chamada na Primeira Página, informou na quinta-feira que o embaixador Álvaro Alencar assumiria a subsecretaria do Itamaraty para integração e assuntos de comércio exterior, no lugar de Clodoaldo Hugueney Filho. Usava até a fórmula "a Folha apurou".
Trazia perfil de Alencar e avaliação de que a nomeação implicaria um "tom mais duro" nas negociações sobre a Alca.
Na sexta, jornais e a própria Folha traziam informações que desmentiam aquele texto. Haveria mudanças, sim, mas outras.
Errar faz parte do jogo (saiu ontem um "Erramos" sobre o caso), mas o problema maior, na edição de sexta, foi outro: falta de transparência para com o leitor.
Pois a reportagem, além de sair em espaço menos nobre, simplesmente ignorava a anterior, de quinta, como se o jornal se quisesse "fingir de morto".
O editor de Dinheiro, Marcio Aith, explica que a informação inicial viera de dez fontes (cinco do Itamaraty), mas que Alencar desistiu do posto entre terça e quarta, sem que o jornal apurasse essa mudança. Sobre o caso de sexta-feira, Aith afirma:
"Faltou sensibilidade para compreender que a ausência (de menção à informação anterior) poderia ser interpretada como tentativa deliberada de ocultar um erro informativo."


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