São Paulo, domingo, 24 de março de 2002

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Pela metade

Quem chamou a atenção para o texto ao lado foi um leitor que, ao telefone, indagava: "Qual é o sentido? Papel jogado fora".
Lendo-se a matéria (publicada em Cotidiano segunda-feira), a conclusão é óbvia: não há, nela, nenhum dado que justificasse a publicação.
O assunto é sequestro, e, como sabe boa parte dos leitores, a Folha se permite omitir informações que possam colocar em risco a segurança de uma pessoa.
No caso, porém, todas as informações foram retiradas. Só restaram frases abstratas.
Apesar do tema dramático, o texto ganhou ares cômicos. Melhor teria sido simplesmente sacá-lo da edição.

 

Por falar em omissão, leitores de cinco cidades de diferentes Estados contataram o ombudsman para reclamar da ausência de noticiário sobre a prisão do pediatra Eugenio Chipkevitch, acusado de abuso sexual contra adolescentes, em seus exemplares de sexta-feira da Folha.
De fato, a notícia só entrou na edição São Paulo/DF, que "fecha" às 23h30, enquanto as demais "fecham" às 20h.
O editor de Cotidiano, Nilson de Oliveira, explica que o caderno teve a informação por volta das 19h30 por meio do "Agora" e que "esse jornal tinha dúvida a respeito da publicação do material e não divulgou nada em sua edição interior". Acrescenta: "Ao que sabemos, apenas as TVs (Globo e SBT) souberam, à tarde, da prisão do terapeuta porque haviam recebido as fitas".
Ora, o site da Folha colocou no ar a notícia às 19h50 da quinta-feira, com crédito para a Folha e para o "Agora".
Portanto, teria havido tempo para sua inclusão na versão impressa, de alguma forma. Ou faltou agilidade, ou subestimou-se a notícia.



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