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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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Check-up no "Times"

Na esteira do explosivo caso de Jayson Blair, o ex-repórter do "New York Times" que fraudou inúmeras reportagens com plágios, invenções e mentiras -aqui abordado semana passada-, o mais influente dos diários norte-americanos anunciou na quarta-feira, em duro memorando interno, a criação de uma comissão de mais de 20 jornalistas, incluindo até quatro pessoas de fora do "Times", para rever os principais procedimentos usados pela Redação.
Dentre as pessoas de fora estão um ex-presidente da agência Associated Press, um ex-editor de Opinião de um jornal de Seattle e uma ex-ombudsman do diário "The Washington Post".
A idéia de integrar à equipe essas pessoas deve servir, diz o texto, para uma verificação rigorosa da própria checagem, de modo a apontar ao jornal se ele não está sendo condescendente demais consigo mesmo.
O grupo rastreará as operações de recrutamento, contratação, promoção, o processo editorial (inclusive apontamento e prevenção de erros), questões éticas, como o uso de fontes não-identificadas (o chamado "off"), e fará à direção do jornal um parecer sobre se ele não deveria instituir a figura do ombudsman.
Bombardeado por todo lado, inclusive por seus concorrentes, o "Times", como se vê, acusou fortemente o golpe do caso Blair.
Essa medida, num dos maiores e mais importantes jornais do mundo, expressa o quanto a credibilidade, ao lado da ética e da transparência, integra o núcleo central de qualquer veículo que se proponha a fazer um bom jornalismo.
Questão de sobrevivência.


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