São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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MANUAL

Terrorismo e equivalentes

A Folha publicou no dia 18 entrevista com Farouk Kaddumi, sucessor de Iasser Arafat no Fatah, principal partido político palestino. O título da entrevista, "Linha-dura palestino quer poder a radicais" (caderno Mundo, pág. A14), provocou a reação de alguns leitores, que consideraram que a Folha não tinha sido fiel ao teor das declarações de Kaddumi.
A queixa maior veio do chefe da delegação especial da Palestina no Brasil, Musa Amer Odeh, e a Folha publicou uma carta dele, no dia 19, no Painel do Leitor. Uma das reclamações não é novidade: o embaixador questionava o uso, por parte da Folha, do termo terrorista para definir os grupos palestinos Jihad Islâmico e Hamas.
No pé da carta, uma "Nota da Redação" volta a justificar o uso do termo: "Jihad Islâmico e Hamas são grupos terroristas, de acordo com as normas de padronização do "Manual da Redação" da Folha, pois "praticam ações violentas contra alvos civis'".
A nota provocou nova onda de cartas. O Painel do Leitor de sábado publicou três delas, uma a favor da posição da Folha e duas contrárias. E no pé das cartas, nova "Nota da Redação", que reproduzo na íntegra, pela sua importância: "Na visão da Folha, o atual governo de Israel pratica atos que são equivalentes a terrorismo".
Fiquei surpreso, porque ainda não tinha visto manifestação semelhante por parte da Folha.
Fiz uma pesquisa, com a ajuda do Banco de Dados do jornal, nas edições dos últimos três anos e não encontrei nenhuma reportagem em que a Folha associasse os termos terrorismo ou terrorista a qualquer ação do governo ou do Exército de Israel na Palestina ou contra palestinos.
É uma orientação, portanto, nova e, até este momento, sem efeito prático.


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