São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

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Crítico gastronômico não vê problema

Josimar Melo, 53, desde o começo dos anos 1990 é crítico gastronômico da Folha, que sempre pagou suas refeições. Pedi a opinião dele e do jornal.
A Secretaria de Redação afirmou: "A Folha considera ideal que o crítico mantenha o anonimato. Foi um erro ter publicado fotos de Josimar".
O crítico: "O anonimato total, com a enorme profissionalização dos serviços de divulgação dos restaurantes, parece impossível. Em alguns meses os assessores de imprensa (que vieram de Redações, ou as visitam, e conhecem a cara dos jornalistas) já viram os críticos em suas visitas iniciais aos restaurantes recém-abertos, já os mostraram para os maîtres e chefs e garçons, que dali a alguns meses estarão trabalhando em outro restaurante e identificarão eles mesmos os críticos".
"De toda forma, nunca anuncio minhas visitas aos restaurantes, e em muitos casos não me conhecem. Mesmo quando conhecem, isso não afeta a qualidade da comida (que é meu critério de julgamento, para dar ou não estrelas [...])."
Sobre o evento de 2003: "Quando fiz o evento esses chefs foram contratados para dar aula. Foram pagos. Não fizeram favor ou deferência ao crítico. Se fizer crítica a um restaurante deles, farei com a isenção de sempre. Não fiquei "devendo" nada a eles".
"O jornal freqüentemente pede a chefs de cozinha (ou escritores ou artistas de várias áreas) que façam algo -uma receita exclusiva, um poema inédito. As receitas não costumam ser pagas. São tratadas como material jornalístico (e o artista provavelmente se sente recompensado pela divulgação, não sei)."
"Talvez o jornal pudesse correr o risco de ficar numa posição de credor do artista (que, não obstante, ele futuramente poderá criticar)."
Sobre o contratado para o Mais.Paladar cujo restaurante foi avaliado: "Ele foi contratado para trabalhar na organização. Era um funcionário. O evento acabou [...], e no ano seguinte esse ex-funcionário abriu um restaurante".


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