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Pará unificado

Conforme antecipou pesquisa Datafolha, a população paraense rejeitou, na proporção de dois votos contrários para cada um favorável, a divisão do seu Estado. O plebiscito enterra a atual proposta de criação do Carajás e do Tapajós.

Na esfera nacional, o desfecho impede uma alteração no equilíbrio da representação federativa -consumado o desmembramento, a região Norte passaria a ter ao menos mais sete deputados e seis senadores. O resultado evita, também, a multiplicação de estruturas burocráticas e o inevitável aumento de despesas públicas, estimado nos primeiros anos em cerca de R$ 2 bilhões anuais.

Não foi desprezível, entretanto, a fatia dos que votaram pela criação dos novos Estados. Nas duas cidades que seriam as novas capitais, Marabá (Carajás) e Santarém (Tapajós), o apoio à divisão ficou acima de 90%.

As motivações e características dos dois candidatos a novos Estados revelaram-se distintas. O regionalismo em Carajás apoiava-se no dinamismo econômico dessa região rica em minérios que poderia, de fato, tornar a nova unidade viável no médio prazo. Já em Tapajós, com menor potencial de desenvolvimento, reavivava sentimentos emancipatórios que remontam ao século 19.

É difícil, entretanto, deixar de ver no voto separatista das duas áreas a insatisfação comum com o desempenho do governo estadual.

Cabe ao Estado, agora, direcionar recursos e atenção a essas regiões, para sanar as feridas deixadas pelo plebiscito. A proposta de criar administrações regionais de educação e saúde, com autonomia financeira, parece um bom começo.

O Pará foi mantido unificado no papel. Falta, agora, avançar em sua unificação na prática, com a diminuição de desigualdades regionais.

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