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Moderação republicana

O sistema de prévias norte-americano é conhecido por amplificar as vozes dos extremos do espectro ideológico. Em busca dos votos dos eleitores tradicionais de seus partidos, os pré-candidatos tendem a certo radicalismo, abandonando posições mais moderadas.

Como, neste ano, o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, concorre à reeleição, o show das prévias é estrelado pelos republicanos -que já vinham dando demonstrações extremadas em suas fileiras, a cargo do movimento ultraconservador Tea Party.

Na pré-campanha, todos se mostram irredutivelmente contra elevar impostos, abominam gastos sociais de qualquer espécie e são intransigentes em questões morais e comportamentais -como o aborto, permitido por lei nos EUA, mas rejeitado pelos republicanos.

O resultado da primeira prévia, em Iowa, entretanto, foi uma vitória da sensatez. Michele Bachmann, a única representante "puro-sangue" do Tea Party, terminou em penúltimo, na sexta colocação, e abandonou a disputa.

Vencedor, ainda que por uma diferença de 8 votos entre 122 mil, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney tem um histórico de posições mais moderadas. A reforma do sistema de saúde que implementou em seu Estado, por exemplo, hoje renegada por ele, é similar à promovida por Obama em nível nacional.

O segundo colocado em Iowa, o ex-governador da Pensilvânia Rick Santorum, apresenta credenciais conservadoras mais sólidas, apoiadas em discurso de cunho religioso e viés homofóbico. Vai mal, contudo, nas pesquisas nacionais.

Em que pesem as diatribes da pré-campanha, os republicanos sabem que, passadas as primárias, precisam ter um candidato competitivo, capaz de atrair os eleitores que não se alinham com nenhum dos dois partidos. Natural, portanto, que a escolha tenda para o centro do espectro.

Boa notícia para os democratas, a economia norte-americana, cujo desempenho será decisivo para a eleição, dá sinais de melhora, com uma surpreendente criação de 325 mil postos de trabalho em dezembro. Se ganhar ímpeto, a retomada do crescimento será mais um trunfo de Obama, que já tem a morte de Bin Laden no seu currículo presidencial.

Nesse cenário, um republicano extremista teria ainda menos chances de conquistar a Casa Branca.

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