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Miriam Arado TENDÊNCIAS/DEBATES A pândega do IPVA paulista Governo de SP reduziu o IPVA só para as locadoras e perdoou as suas dívidas, mesmo com a fiscalização mostrando que elas registram os carros fora daqui O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em São Paulo é um caso de desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao contribuinte, por parte do governo paulista. Cobrado anualmente pelos Estados, ele tem o seu valor calculado a partir da aplicação de uma alíquota sobre o preço do bem, com variações em cada unidade da federação. Em São Paulo, as alíquotas variam entre 1,5% a 4%, de acordo com o tipo de veículo. Carros movidos exclusivamente a álcool têm alíquota de 3%. Veículos movidos a gasolina pagam valor maior, 4%. No caso dos "flex", entendemos que a alíquota deveria ser entre 3% e 4%. Entretanto, o governo de São Paulo não atualizou a legislação do IPVA, penalizando assim os consumidores que, apesar de utilizarem o álcool como combustível principal (menos poluente e de produção nacional), não têm qualquer desconto no imposto. Assim, o Estado de São Paulo perde a oportunidade de utilizar a política tributária em favor da preservação ambiental e do fortalecimento da indústria nacional. Por outro lado, o governo paulista alterou a lei (13.296/2008), reduzindo a alíquota do IPVA para 2% apenas para as grandes frotas das locadoras. Em 2007, a Secretaria da Fazenda executou a operação "De Olho na Placa", verificando veículos registrados em outros estados que circulavam em território paulista. Os sujeitos à alíquota mais alta, 4%, foram objeto de fiscalização por abordagem ou fotografias das placas. Após verificações na Receita Federal sobre o domicílio do CPF ou CNPJ, enviava-se notificação para que o proprietário do veículo comprovasse se tinha domicílio em outro Estado também. Foram lavrados inúmeros autos de infração, pois as pessoas físicas e as jurídicas (grandes locadoras de automóveis, em sua maioria) registravam seus veículos em Estados com alíquotas menores, "economizando" em alguns casos mais de 50% do valor do imposto. Todos lembramos do excesso de carros com placa do Paraná, cuja alíquota é de 1% para automóveis destinados à locação e de 2,5% para veículos de passeio. A mesma lei que reduziu o IPVA dos frotistas também "perdoou" suas dívidas. O governo de São Paulo abriu mão de valores devidos ao erário sem um prévio estudo do impacto na arrecadação. Hoje, as locadoras pagam metade do IPVA que paga o cidadão comum. Este, portanto, é quem sofre com o alto encargo. Moradores de outros Estados que visitam São Paulo com frequência ficam receosos de serem alvo de notificações para explicar o motivo de terem o carro registrado em outro domicílio e circularem tanto nas vias paulistas. Além disso, há enormes dificuldades para o registro do veículo em outro Estado, no caso de venda ou mudança de domicílio. É a população de São Paulo, no final, que paga a mais elevada alíquota do IPVA do Brasil, no Estado com a maior frota do País. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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