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Erika Papangelacos

Gaviões e o direito de ser uma torcida que samba

Levamos para o Carnaval de SP o maior público e a maior renda de todos os tempos; o evento cresce com a audiência da imensa torcida do Corinthians

Nós, dos Gaviões da Fiel, lamentamos todos os episódios ocorridos durante a apuração do Carnaval de 2012. É importante deixar claro que repudiamos qualquer tipo de violência, de vandalismo ou qualquer ato que tenha ocorrido nos arredores do Anhembi.

Não apoiamos esse tipo de atitude. Se for comprovado que algum membro da nossa entidade participou de algo, ele será punido.

Vale lembrar que a nossa agremiação trabalhou o ano inteiro enquanto se preparava para o Carnaval. Foram muitas pessoas envolvidas, trabalhando para fazer o melhor, à altura dos Gaviões da Fiel.

Sentimos muito com tudo o que aconteceu e queremos mais respeito com o nosso público e com a nossa comunidade, pois é para eles que vivemos e fazemos essa grande festa. Esse é o nosso único objetivo. E é para a fiel torcida corinthiana que devemos algum tipo de explicação.

Historicamente, os Gaviões da Fiel são julgados por serem uma torcida dentro do Carnaval. Mas, para quem não sabe, fomos convidados, em 1988, pela liga, para participar do Grupo de Acesso do Carnaval.

Lamentamos esses questionamentos e julgamentos por sermos uma torcida organizada que samba, algo que é de direito.

E esse direito é conquistado a cada ano que realizamos atividades carnavalescas, desde 1975. Disputamos o Carnaval como bloco 13 vezes. Fomos campeões 12 vezes e vice-campeões uma vez.

Assim veio o convite da liga. Logo estávamos no Grupo Especial e, após alguns anos de experiência, fomos campeões do Carnaval paulistano.

Temos a nítida certeza que fazemos um Carnaval à altura de qualquer escola participante da "elite paulistana". Porque não dizer que os Carnavais dos Gaviões contribuíram para o crescimento do Carnaval paulista? Todos sabem que essa contribuição foi relevante.

Se outras agremiações carnavalescas que mantêm atividades como torcida organizada também conquistaram esse direito, não compete aos Gaviões prejudicá-los ou fazer qualquer tipo de manifestação contra. Elas também estão lá por um direito adquirido e conquistado por mérito de cada agremiação.

Nós estamos trabalhando para superar as adversidades. Exemplo disso é que já faz muitos anos que estamos desenvolvendo atividades carnavalescas, sem nenhum histórico negativo.

A mídia sempre está querendo achar culpados. Faz comentários a partir de recortes "jogados" e editados da maneira que acha pertinente à sua linha editorial.

Nossos dirigentes não acordaram nada com ninguém. Nada foi "orquestrado", como dizem alguns veículos de comunicação. Tirar conclusões por imagens e suposições é extremamente tendencioso. Mostra muita má-fé com a grande maioria que foi apenas assistir a apuração.

É impressionante como falam de nós. Será que não é pelo fato de sermos o maior público de todos os tempos do Carnaval paulista? E maior fonte de renda de todos os tempos?

Portanto, o que podemos concluir é que, no final da contas, os mesmos que falam de nós ganham e se aproveitam da grande massa corinthiana, que traz uma enorme audiência e beneficia muitos.

Somos uma torcida que samba. Fazemos o Carnaval para o corinthiano. Sabemos que isso incomoda a muitos. Nós não temos a pretensão de ser melhores do que nenhuma das escolas que se apresentaram (e que também fizeram um ótimo trabalho), mas nós, dos Gaviões, somos a torcida do Corinthians -que é e sempre será a razão da nossa existência.

ERIKA PAPANGELACOS, 30, jornalista e fotógrafa, é responsável pelo departamento de comunicação dos Gaviões da Fiel

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