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Marta Suplicy

Mudamos de patamar

Tive a honra de integrar a comitiva da primeira viagem oficial aos EUA da presidenta Dilma Rousseff, nesta semana.

Primeiro, ocorreu uma mudança no patamar de entrosamento e parceria entre os governos americano e brasileiro, como se agora tivesse chegado a hora para as duas maiores democracias das Américas se aproximarem como iguais.

Segundo, uma certa surpresa do empresariado com o preparo e a clareza nas falas da presidenta, que, apesar de muito propositiva, também colocou "queremos garantias que contratos assinados não serão derrubados pelo Legislativo", sem precisar lembrar o cancelamento da compra dos nossos aviões. Ficou clara a busca por uma maior diversificação dos investimentos no Brasil, assim como a preocupação do governo com inovação, qualificação e tecnologia.

Houve uma percepção de que o entendimento entre Dilma e Obama atingiu uma intimidade que antes não estava presente. Ela torce por ele.

No final desse intenso primeiro dia da visita, vivemos um acontecimento privilegiado. Um jantar na Embaixada do Brasil com CEOs americanos que contou com a presença de duas mulheres que desempenharam papel-chave na condução da política externa americana: Madeleine Albright e Condoleezza Rice.

Foi fascinante a conversa das duas com Dilma sobre o Oriente Médio. Tão interessante a ponto de, no final do jantar, o chanceler Antonio Patriota classificar como "oportunidade histórica" presenciar essa troca de opiniões.

A presidenta defendeu o direito do Irã desenvolver energia nuclear e reiterou enfaticamente a importância de não deixar o conflito crescer. Havia falcões à mesa que também expressaram suas opiniões.

No segundo dia de viagem, fomos a Boston visitar duas instituições que muito contribuíram para o progresso americano: o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e a Universidade Harvard.

Presente o tempo todo, acentuou-se em Boston o perfil acadêmico da nossa presidenta, obcecada pela busca de novos patamares de excelência e pesquisa para nossas universidades.

Colocando que sua preocupação vai da creche ao doutorado, a presidenta frisou a ênfase que essa visita dava à busca de uma formação que crie condições para nossos alunos e professores ousarem na sua criatividade. Uma formação que transforme mais estudos e publicações em ações concretas e tecnologias inovadoras -como é o Media Laboratory, do MIT.

O recém-lançado programa Ciência Sem Fronteiras, com 100 mil jovens bolsistas brasileiros, irá nessa direção e será dirigido para engenharia, aeronáutica, bioalimentação e tecnologia de ponta em diversas áreas.

Viagem produtiva.

MARTA SUPLICY escreve aos sábados nesta coluna.

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