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Kenneth Maxwell

Jubileu

Neste fim de semana acontece o Jubileu de Diamante de Elizabeth 2ª. É o primeiro desde que o Jubileu de Diamante da rainha Vitória foi celebrado em 1897. Por quatro dias, Londres celebrará os 60 anos de reinado de sua monarca.

Lembro que meu pai comprou o primeiro televisor da família para que pudéssemos assistir à coroação. A família se acomodou na sala de estar, diante das trêmulas imagens em preto e branco. Só minha avó desaprovou. Ela foi socialista e sufragista na juventude. Jamais perdoou Churchill por ordenar que a polícia de Londres atacasse as ativistas que lutavam pelo voto feminino. É provável que, no fundo, ela fosse republicana.

Já meu pai era ferrenhamente monarquista e conservador. Ele e minha avó discutiam quase todos os dias sobre Churchill e política, na mesa do almoço, quando eu era menino.

A celebração do jubileu se estenderá pelo fim de semana prolongado. Mais de mil embarcações, lideradas pela rainha em um novo barco real, navegarão da ponte Battersea à ponte da Torre.

Na segunda, haverá um show do lado de fora do Palácio de Buckingham, com sir Paul McCartney, Stevie Wonder e Tom Jones. Na terça, acontecerá um serviço de ação de graças na catedral de St. Paul e uma procissão de carruagens conduzirá os presentes de volta a Buckingham.

As pesquisas de opinião pública demonstram que a monarquia vem desfrutando de uma considerável retomada de popularidade. Oito em cada dez britânicos apoiam a monarquia, com aprovação mais forte entre os conservadores (96%), liberais democratas (84%) e trabalhistas (74%).

Os dias de fragilidade após a morte da princesa Diana ficaram para trás. A mais recente pesquisa do instituto Ipsos Mori mostra que só 13% dos britânicos são republicanos. Pesquisa do "Guardian" constatou que apenas 22% dos entrevistados acham que o país estaria melhor como república, e 69% creem que seria pior.

O problema é que o príncipe Charles e Camilla Parker-Bowles são muito menos populares. Entre os entrevistados, 51% consideram que Charles não deveria renunciar à sucessão, mas 40% acreditam que deveria fazê-lo. O resultado é melhor do que em 2011, quando 46% disseram que ele deveria fazer do príncipe William, seu filho, o sucessor oficial ao trono, enquanto 47% discordavam.

A maior oposição a Charles acontece entre os jovens. Entre aqueles de 18 a 24 anos, 57% acham que William deveria suceder Elizabeth. Mas isto é só a expressão de um desejo.

Charles e Camilla não terão papel de destaque nas celebrações do jubileu. Mas, na ordem monárquica das coisas, o rei Carlos 3º e a rainha Camilla são os sucessores naturais da rainha Elizabeth.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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